Oposição toma a decisão acertada

Blog do Josias:

As cúpulas dos dois maiores partidos de oposição reuniram-se nesta segunda-feira (14), em São Paulo. Fixaram regras de convivência para as eleições municipais, refinaram a tática de combate à gestão Lula, avaliaram a conjuntura econômica e fecharam questão quanto a um ponto: não admitirão votar nenhuma proposta que verse sobre alterações nas regras eleitorais em vigor.

Algumas lideranças da oposição andava flertando com alterações no jogo, principalmente na extensão do atual mandato para 5 anos. É preciso entender que não se pode ficar mudando a toda a hora a duração dos mandatos, é preciso consolidar uma regra estabelecida e dar um longo período de avaliação. O que impediria, no caso do fim da re-eleição com mandato de 5 anos, o governo promover outra alteração mais a frente? Não se pode tornar a mudança da regra democrática uma constante, é preciso impor limite ao poder, principalmente quando está revestido de popularidade.

Alguns afirmam que o precedente foi aberto por FHC quando foi aprovado a emenda da reeleição. Esquecem de alguns detalhes. Quando foi encurtado o mandato de 5 para 4 anos com reeleição, os mandatários da época, incluindo o presidente, assumiram um risco. Trocaram um ano certo por 4 duvidosos. Além do mais, a medida ia de encontro a uma tendência nos regimes democráticos, mandatos mais curtos permitindo consultas mais freqüentes.

Um mandato de 8 anos com uma consulta no meio é uma experiência utilizada em muitos países, que ainda está se consolidando no Brasil. A máquina eleitoral do governo faz diferença eleitoral, mas o desgaste natural do governo tende a dar votos para a oposição. Não fosse a extraordinária popularidade pessoal de Lula e a incompetência da campanha Alckmin, Lula teria perdido em 2006 por conta da corrupção do seu governo, independente da máquina.

Estão esquecendo também que Lula venceu as últimas eleições em segundo turno, o que significa que uma considerável parcela do eleitorado não o aprovou. Foi eleito com um voto de desconfiança. A oposição apoiar qualquer extensão do atual mandato é trair este eleitorado. É bom que não esqueçam.

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