E a invasão continua…

Não deixa de ser engraçado.

Mesmo depois da renúncia do reitor, depois do reitor substituto, da diretoria, os “estudantes” resolveram manter a ocupação da reitoria da UNB. Gostaria de dizer bem feito para a instituição por sua aliança com o petismo, mas a instituição não pode ser culpada pelo que fazem seus dirigentes e professores. Tudo isso tem sua origem na pregação ideológica esquerdista que é ensinada na UNB.

Estou lendo Reflexões Autobiográficas de Eric Voegelin. Nunca tinha escutado falar de seu nome e é considerado um dos maiores filósofos do século XX. Por que? Porque foi um crítico duríssimo com as ideologias, desde que começaram. Não precisou ver o fracasso estampado para assumir sua atitude, fez desde o início, quando todos estavam fascinados por elas.

Pois hoje li uma parte muito interessante. Falava das universidades alemãs na década de 60, quando foi catedrático de Ciências Políticas em Munique:

O que podemos chamar de estratos superiores da universidade foi simplesmente dizimado, em parte por homicídio de fato, de modo que o tipo de professor que eu tivera em 1929 em Heidelberg simplesmente desapareceu sem deixar uma geração de discípulos. Todavia, os estratos inferior e médio da universidade sobreviveram vigorosos. São eles que dominam o clima geral das universidades alemãs, e esse clima é medíocre e limitado. (…) Quando afirmo que as perspectivas são duvidosas, quero dizer que de fato a atividade das universidades, especialmente nas humanidades e ciências sociais, foi amplamente destruída pela afamada democratização, e especialmente pela democracia participativa, o que na prática significa que ninguém mais pode fazer seu próprio trabalho em paz.

Sou um democrata, mas isso não significa que deva existir esta democracia participativa, o que para mim significa uma contradição. Os alunos procuram a universidade para buscar o conhecimento para suas vidas futuros. Estes conhecimentos vêem dos professores, que são estudiosos, doutores, das ciências que ensinam. Se o peso da opinião do professor deve ser o mesmo da do aluno, o que eles estão fazendo lá então? Aprendendo com quem sabe o mesmo que ele?

Uma universidade deve se basear na meritocracia. Os professores também são humanos, cometem erros, mas deve existir um caminho para a reparação que não implique em questionar sua autoridade e transforme universitários em piqueteiros. Se o caso não pode ser reparado sem o questionamento da autoridade do professor ele já não tem condições de lecionar na instituição.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *