ONGs: Não governamentais, mas com dinheiro governamental

Estadão:

A CPI das ONGs identificou pelo menos uma centena de nomes de pessoas que trabalham no governo e são ou foram notórios dirigentes de organizações não-governamentais – o que facilita a coleta de dinheiro público para instituições que, na prática, funcionam como órgãos paraestatais financiados com dinheiro dos impostos dos contribuintes. O cruzamento de informações foi feito em cima de uma lista com cerca de 700 funcionários do Legislativo e do Executivo e, segundo o presidente da CPI, senador Raimundo Colombo (DEM-SC), “levantou claros indícios dessa dupla militância ou proximidade político-administrativa”

O grande problema na questão das ONGs é que uma grande parte delas utiliza recursos públicos e por serem de natureza “não governamental”, não prestam contas da utilização destes recursos. É um convite e tanto para a corrupção. A partir do momento que o recurso entre em seu caixa, deixa de existir para o Estado.

Todas as ONGs possuem um fim “nobre” para justificar sua existência. Se o fim fosse nobre mesmo qual seria o problema em abrir suas contas? Em permitir a fiscalização?

Desconfio sempre de bem intencionados que não querem prestar contas de suas finanças. É apenas uma questão de lógica. Como é possível ser bem intencionado e ter medo de expor a forma como gasta o recurso que recebeu? Recurso público.

Parece-me que contraria o próprio texto constitucional que estabelece que todo recurso público deve ser fiscalizado, mas esta questão pertence aos juristas. O que fica difícil aceitar é ver tanta ONG ligada a parlamentares e mais ainda, parlamentares petistas. O que leva uma ONG a estar mais ligada a um petista do que integrante de qualquer outro partido?

Ah, é porque o petista é mais preocupado com os tais “atos nobres”.

Só se ato nobre significar meter a mão no dinheiro público para dar prosseguimento ao projeto de poder , e colocar um pouco no bolso também, afinal ninguém é de ferro como foi possível ver no caso Celso Daniel.

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