Lucas Mendes, no Manhattan Connection, resumiu bem o que está acontecendo no processo eleitoral americano. Até agora, o maior vencedor da disputa entre B. Hussein Obama e Hilary Clinton foi John McCain. Era uma azarão, já não é mais.
Hilary está com sua candidatura na UTI, mas ainda aguarda para ver a extensão do desgaste que Obama tem enfrentado por conta de seu pastor. Não fosse este fato já estaria desistindo de sua candidatura. Na verdade, parece que tem ainda outro objetivo; caso não seja candidato, prejudicar a do companheiro de partido. Sua conta é simples: com a derrota de Obama, teria uma nova chance em 2012. Uma eleição que provavelmente não teria McCain por causa da idade. Caso Obama vença, sua pretensão ficaria para 2016, quase que inviabilizada.
No editorial de hoje na Folha, credita-se a subida de McCain também à crise econômica que se consolida nos Estados Unidos. Enquanto os democratas tem uma receita de aumento do gasto público, principalmente para atender demandas sociais, McCain está sendo firme na proposta do receituário de Reagan: o mercado que se vire, não é dever do estado socorrer empresas que se arriscam no mercado financeiro. É um discurso que agrada à boa parcela dos americanos que relutam em ter o estado atacando seus bolsos mais vorazmente em época de crise.
O quadro ainda é completamente indefinido para as eleições, a campanha ainda nem começou, mas sem dúvida a disputa democrata passou um pouco do limite e o desgaste mútuo dos candidatos poderá deixar seqüelas que um político hábil como McCain poderá saber exportar.
Sobre McCain, achei bastante interessante seu discurso sobre substituir a Rússia no G8 por Brasil e Índia. Nem tanto pelos substitutos, mas por dar um recado à Putin. É extremamente perigoso um arsenal nuclear, ainda mais o segundo do globo, nas mãos de uma nação totalitária. Apesar de todos os seus problemas, o Brasil não está nem perto do quadro que se configurou nas últimas eleições russas.