Uribe, o grande vitorioso

A 20ª Cúpula do Rio mostrou ontem a diferença entre um estadista e bufões. Rompendo finalmente o silêncio da semana Uribe falou o que precisava falar e deixou sem ação Chávez e Corrêa.

Lembrou que o conceito de soberania envolve território e população. Abrigar guerrilheiros que atacam sistematicamente um vizinho também é uma violação; foram mais de 40 ações iniciadas em território equatoriano. Afirmou que não avisou o Equador porque seria o mesmo que inviabilizar a operação tamanha a legação entre este país e as FARCs. Acusou Rafael Corrêa de ter recebido dinheiro das FARCs em sua campanha e Hugo Chávez de colaboração com a guerrilha.

Os bufões se calaram e aceitaram selar a paz que eles próprios ameaçaram. Basta ver as fotos dos apertos de mão entre Chávez, Corrêa e Uribe. Apenas um tem o olhar determinado de quem veio cumprir uma missão, os outros dois parecem cachorros sem dono.

O Brasil se destacou pela ausência. Para quem brada querer exercer a liderança na América Latina o papel ontem foi um verdadeiro vexame. Cadeira no Conselho de Segurança da ONU? Para que? Um país que se omite na hora de encaminhar uma solução diplomática entre dois países na sua esfera de influência. A atitude dos Estados Unidos foi simples e mostra a diferença entre discurso e autoridade. Colocou seu incondicional apoio a uma democracia que enfrentava uma guerrilha. Tivesse o Brasil feito a mesma coisa a crise tinha morrido no nascedouro. A imprensa tenta vender o papel do Brasil como mediador neutro, balela, o que houve foi omissão. O governo brasileiro percebeu que enfrentar a Colômbia era um projeto sem futuro, como não pode apoiá-la pelas ligações com os grupos de esquerda, preferiu se esconder.

Aliás Celso Amorim, mais uma vez, foi patético. Condenou a troca de ofensas entre presidentes. Troca? Que troca? Uma das características das crise foi o silêncio de Uribe. Ouve sim, ofensas por parte de Chávez e, em menor grau, de Corrêa. E usando o que se chama de “linguagem de botequim”.

Não é a toa que o povo colombiano confia cada vez mais em seu presidente.

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