Aliança sinistra com a FARC

Rafael Corrêa foi obrigado a admitir que estava sim negociando com a FARC. Tenta agora sair com o discurso humanista: estava tentando a liberação de 12 reféns, inclusive de Ingrid Bittencourt. Por que não comunicou a nenhum orgão internacional? Por que não informou à Colômbia? Este país já deu provas que não se opõe à libertação de reféns. É preciso ter bastante atenção: estão deixando que reféns sejam instrumento de proselitismo político de aliados da guerrilha. Isto só incentiva a prática de seqüestros e torna ainda mais lenta a libertação dos cativos. Afinal, a liberação fica condicionada a uma agenda política.

Até agora nenhuma linha dos governos Chávez e Corrêa com críticas à FARC. Só lembram, a todo instante, que o fato dos bandidos terem sido mortos de pijama mostra que o ataque foi covarde. É mesmo? Morreram dormindo, coisa que não permitiram a suas vítimas. Reforço: o fato de estarem de pijama mostra que estavam seguros que não teriam nada a temer. Por que? O que dava a eles tanta seguranças? As fotos mostram que o “acampamento” não tinha nada de improvisado, era permanente, e com direito a festinhas do grupelho.

A Folha de São Paulo entrou na onda da diplomacia brasileira afirmando que o mais importante era a invasão da fronteira do Equador. Não é. O mais importante é o abrigo de um estado a um grupo terrorista, um tipo de aliança que potencializa, em muito,  a ação da bandidagem. Basta lembrar que o 11 de setembro não seria possível sem a colaboração do Afeganistão. Diz o jornal que Uribe teria que primeiro denunciar à exaustão a ligação Corrêa-FARC. É? Para quem? Os governos latino-americanos lhe são francamente hostis e simpáticos à FARC, chegam a se associar a ela no Foro de São Paulo. Na ONU? A ONU tornou-se um instrumento de proselitismo de ditadores e bandidos do terceiro mundo. Só para ter uma idéia está sendo empossado, com colaboração brasileira, um representante cubano na comissão de direitos humanos. O problema? Cuba não permite inspeções da comissão em seu país. Não é uma graça?

Uribe tomou uma decisão firme. Não agir naquele momento era perder a oportunidade. Não é bobo, mas a Folha de São Paulo finge que sim. Diz que o certo seria pedir que as autoridades equatorianas os prendessem. Justamente as mesmas autoridades que negociavam com eles, ou seja, que já sabiam onde se encontravam.

Ainda há muito a ser revelado naqueles computadores, o presidente colombiano está em silêncio, algum motivo deve ter. Está soltando as informações aos poucos, é possível que esteja guardando o principal. Por isso pode estar deixando os falastrões falarem sem parar, aguardando o momento certo para mostrar esta aliança sinistra que se formou no continente.

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