Há anos a FARC mantém uma série de reféns como forma de pressionar o governo colombiano, até aí nada que a difira dos outros grupos terroristas mundiais. A questão emblemática é que a mídia internacional descreve o vilão da história como se fosse o governo colombiano, que é acusado aqui e acolá de intolerante.
Tudo porque, felizmente, o presidente colombiano não é um “deles”. É uma dos que não se encontram na chamada “onda vermelha” que tomou conta do continente sul-americano. E está fazendo um excelente trabalho por lá, vejam que mesmo no meio de uma quase guerra civil, a Colômbia avança com excelentes números de crescimento econômico. Aliás, é o único país da América do Sul onde a democracia nunca teve ameaçada de fato, praticamente nunca esteve em regime de excessão.
A coisa toda foi orquestrada com muito requinte. Três reféns serão libertados, graças à capacidade de negociação de Hugo Chávez. Acompanharão o acordo o governo brasileiro e argentino. Todos serão os heróis, que conseguiram o sucesso onde Uribe fracassou. O que ninguém divulga é que Chávez, Lula, Morales, Rafael Corrêa, PT, MST e FARC pertencem a um mesmo grupo político denominado Foro de São Paulo.
Não se trata de teoria da conspiração, nem delírio coletivo. TODOS que foram citados confirmam que o grupo existe, fazem reuniões periódicas e publicam as resoluções públicas. O objetivo não é negado por ninguém: construir na América Latina o que foi perdido na Europa Oriental com a queda do muro de Berlim. Aliás, fica uma pergunta: se nenhum deles nega, por que a mídia não trata do assunto?
Uribe cometeu um erro grave, lá atrás, quando aceitou que Chávez fosse intermediário para um acordo com as FARCs. Depois se arrependeu, afastou o quase ditador venezuelano, mas acabou bastante chamuscado na estória toda. Deveria ter recorrido a um intermediário com sem ficha corrida, o Vaticano talvez, mas agora é tarde.
A impressão é que as FARCs estarão cometendo um ato de grande magnitude ao libertá-los. Poucosa falam um pouco de lógica básica: eles não seriam reféns se não tivessem sido seqüestrados… pelas FARCs! É ou não é uma grande inversão e um engodo?
A cobertura que está sendo feita pelo caso é um grande exemplo da clara posição ideológica da grande imprensa.
Infelizmente.