Não está certo

Esta semana está sendo difícil no Rio de Janeiro. Primeiro um turista italiano é morto atropelado por um ônibus ao ser empurrado por um marginal que o assaltava. Depois um policial do BOPE é executado depois de ter seu carro roubado. O mesmo aconteceu com um capitão do exército. E ainda mais dois PMs. Diogo Mainardi, como sempre, resumiu um diagnóstico muito apropriado: isto não está certo.

Por mais simplório que possa parecer, e mais óbvio também, estamos num país tão doente que isto não é uma unanimidade. Algumas semanas atrás, Luciano Huck ousou escrever um artigo retratando a sua frustração em ter sido roubado. Foi um caos, teve gente até defendendo que era uma troca justa: o ladrão ficara com seu relógio e ele com a vida.

Existe no imaginário da intelectualidade brasileira, e boa parte da mídia, a figura do bom ladrão, tão em voga no cinema brasileiro da década de 70. Acreditam que eles roubam por serem oprimidos, por passaram fome. Poucos tem a coragem de colocar a questão no divido ponto: transgredir as leis sociais é uma questão de escolha. Seja rico ou pobre. Ter desprezo a vida humana é questão moral, não de falta de oportunidade.

Reinaldo Azevedo tocou em outro ponto interessante. Cadê a nota da OAB/RJ questionando estes valentes? Cadê as ONGs aparando as famílias destes militares? Cadê o delegado da ONU, o mesmo que admitiu ter assistido o DVD pirada de Tropa de Elite, denunciando o desrespeito aos direitos humanos? Mas policiais atirando em bandidos armados é violência, bandidos executando militares desarmados não. O que esperar de um país que tem o presidente que temos?

O capitão, Wander Cerqueira de Souza, era um colega e amigo; fica a angústia e a tristeza de vê-lo sem vida por causa da violência urbana.

Isso não está certo.

Um pensamento sobre “Não está certo

  1. Nossa! Eu sabia que a situação era crítica mas não sabia que a condenação da violência não era unânime! Se bem que eu já entrei numas discussões dessas no orkut, onde as pessoas tentavam minimizar a situação das grandes metrópoles brasileiras dizendo “violência existe em qualquer lugar,” “isso é coisa típica de cidade grandes”, etc.

    Eu concordo que existe violencia em qualquer lugar mas discordo plenamente que os nossos numeros podem ser vistos como “normais”. São numeros de guerra civil!! Morre menos gente em Israel!!

    Outros dizem que é fruto da desigualdade social e enquanto isso não for resolvido a coisa não melhora. Mentira. Basta ver as grandes metropoles na India, que têm desigualdades sociais até piores e não tem a criminalidade que nós temos.

    Eu gostaria de saber o que vai ter que acontecer pra nossa sociedade acordar… Vão ter que matar a Xuxa?

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