Entrevista com José Geraldo Piquet Carneiro

A Veja desta semana traz, em suas páginas amarelas, uma entrevista com Piquet Carneiro, presidente do Instituto Hélio Beltrão, organização que visa propor iniciativas para ampliar a eficiência da administração pública e reduzir a interferência do governo nos indivíduos.

Piquet aponta que nunca o Brasil teve condições tão ideais de reduzir a burocracia. Baseia-se no fato de que as contas públicas estão equilibradas como nunca estivera. Seria a hora de uma mudança a favor do contribuinte. A realidade é que poucos conseguem estar em dia com as normas tributárias e a resposta da sociedade é a informalidade. Criou-se uma cultura da desconfiança. “O poder público não confia no cidadão, que aceita isso e se torna submisso aos caprichos do estado”.

Questiona a necessidade de ir ao cartório e colocar um carimbo para provar que a cópia é igual ao original e de se obter certidões para provar que nada deve. Em conseqüência, o governo mantém uma grande quantidade de funcionários públicos para conferir estes documentos. Outra é a existência de um enorme mercado de intermediação cartorial.

Aponta que “a preocupação em arrecadar mais impostos foi tamanha que o atendimento ao cidadão deixou de ser importante. O cidadão, sobretudo aquele que caminha na legalidade, é punido duplamente: paga mais tributos e vê diminuir a qualidade do serviço público”.

Afasta a herança ibérica como causa da burocratização no país. Tanto em Portugal quanto na Espanha já é possível abrir uma empresa em um único dia. Existe o conceito de quanto mais negócios forem abertos, mais se cria riquezas.

Sobre a carga tributária afirma que a carga é tão alta que expele o contribuinte do sistema. Uma pesquisa aponta que 70% das empresas em cinco municípios do Rio de Janeiro são informais. Oito em cada dez empresas no país possuem pendências tributárias.

Conclui afirmando que a reforma tributária no Brasil é uma ilusão pois começa com as melhores intenções e acaba com aumento de impostos. E cita, como exemplo, a instituição do IPMF no governo Itamar Franco.

“Gostaria de ver o burocrata sendo perseguido com o mesmo rigor com que persegue o contribuinte. Não sobreviveria um único dia.”

Para reflexão

Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso “.

(Olympio Mourão Filho, Memórias: A Verdade de um Revolucionário , Porto Alegre, L&PM, 1978, p. 16.)

MST pode

Como pode ser visto não é só a mídia que demonizou o movimento Cansei.

Na passeata que se denominou A Grande Vaia, o Bispo Odilo Scherer impediu que se realizasse uma missa na Catedral da Sé pelo movimento; tratava-se de um protesto contra a corrupção e a impunidade. O religioso não quis conversa: movimento político não pode.

Pois o mesmo Bispo vai realizar uma missa amanhã, no dia da Independência, como parte de uma manifestação do MST. Como a questão agrária está resolvida no país, segundo seu próprio líder, e não pode protestar contra o governo, achou um para protestar contra, para variar, FHC: a re-estatização da Vale. Mais político do que isso impossível.

E nem fica vermelho!

Aliás, fica. Literalmente.

O Amor

A modernidade é movimento. O tempo é precioso, escasso, insuficiente para tantas atividades que nos propomos e metas que colocamos como pressupostos para nossa felicidade. Não podemos perder um minuto; acabamos por perder tudo. A máxima é que o mundo não para.

Ao redor temos pessoas, dramas, vidas e, sobretudo, amor. Imersos em nosso cotidiano muitas vezes não o percebemos. Centramos o universo em nossa própria pessoa e deixamos de sentir e enxergar o mais sublime dos sentimentos; aquele que existe desde o começo dos tempos e que ao longo dos séculos faz aflorar o que a humanidade tem de melhor, o que lhe é mais precioso. Nosso egoísmo e incapacidade de parar e contemplar nos faz insensíveis à grande razão de nosso existência: amar.

O amor é desafiante. Desafia os materialistas que consideram que nossa vida é pura biologia; os cientificistas que não crêem em nada que não possa ser experimentado; os relativistas que não acreditam em verdades. O amor é tudo isso que não compreendem. É sentimento, alma, razão e verdade. O amor nos leva para uma trilha segura, com obstáculos, mas segura. Em seu final o grande prêmio que buscamos e não conseguimos entender: a felicidade verdadeira.

O amor desafia a lógica. Derruba conceitos, muda nossos sistemas de valores, vence preconceitos e a incompreensão. O amor nos torna melhores e mais simples, nos abre para um mundo que não julgávamos existir. Um mundo onde as pequenas coisas importam, e que não somos mais o centro de uma existência.

Muitos o confundem, não o entendem. O amor não é egoísmo, não é posse, não é ódio. O amor não leva ao desespero, ao desejo de vingança, à atos que atingem nossas consciências. O amor é sublime, perfeito, o ideal de uma existência. Amar é colocar a própria felicidade em segundo plano, é doar-se sem nada querer em troca. É partilhar, dividir, somar. É viver.

O amor está em duas pessoas que se olham sem perceber o movimento ao redor. Em irmãos que se abraçam e se querem bem. Em pais que desejam que filhos realizem sonhos que eles mesmos escolheram. Em filhos que gostam de deitar no colo dos pais e contemplar a chuva. Em amigos que se sacrificam para ajudar e nunca invejam o sucesso do outro. No mestre que contempla o aprendizado de seu aluno. Em todos que conseguem se admirar pela riqueza da existência e pelas surpresas do universo.

O amor não se define. Não se limita. É a expressão maior do querer bem. Está no romance, nas artes, na sabedoria, nas grandes obras da natureza. Está na vida, ao nosso redor, ao alcance de nossos pensamento.

A perda de um amor nos faz sofrer, nos faz chorar. Mas nos torna humildes e nos cobra a resignação e a fé. A fé que o amor é eterno, que se prolonga além desta vida e do mundo material; que o amor sobrevive até à morte. O amor nos ensina a ser melhores do que somos, nos leva a um novo patamar moral.

O amor está em cada um de nós, esperando uma chance de aflorar, e vencer nossas próprias resistências. Quem compreende esta verdade e sente com toda intensidade este tão belo sentimento sabe que está no caminho do bem, da felicidade. Amar é lei maior de nossa existência, a lição que perdura por séculos vencendo tanta dor e miséria.

O amor nos ensina, nos guia, nos inspira. Sem ele não somos nada, não vivemos a vida com plenitude. Com ele somos tudo e até mais. Com eles somos felizes. Simplesmente felizes.

Terrorismo de Mantega e Cia

Na defesa da CPMF Mantega e a turma do social (Temporão, Marinho e Ananias) saíram com esta: o fim da CPMF provocará um corte profundo na área social e prejudicará os mais pobres. A tese chega a ser ridícula. A receita tem batido recordes anuais de arrecadação, logo deveria estar sobrando dinheiro no cofre. Não está porque o governo tem aumentado o quanto pode o gasto da máquina pública. Foram 230 mil contratações no atual governo e mais 60 mil a caminho. É claro que neste meio estão petistas engordando o cofre do partido com o nosso dinheiro. O próprio presidente se orgulhou hoje do inchaço que provocou.

Portanto, a extinção da CPMF não afetaria necessariamente o projeto sociais do governo. Basta parar de aumentar o gasto público a cada aumento de arrecadação, o que não está na agenda do atual governo. Daí a chantagem: se acabarem com a CPMF haverá cortes nos programas sociais. É puro festim. Lula II sabe que boa parte da sua popularidade e sua segunda chance se deve justamente a estes programas. O que o petismo quer, como sempre, é arrancar dinheiro da sociedade para seus projetos de poder e enriquecimento.

O senado tem chances reais de acabar com a CPMF, ou pelo menos reduzí-la. A oposição tem votos para isso, basta parar de acreditar no canto das sereias e na expectativa de colocar a mão em um ano de arrecadação, e mesmo assim se vencer as próximas eleições. Na Câmara é mais difícil, o governo tem um rolo compressor lá. Coragem senadores, façam o que 40 milhões de brasileiros que não venderam seus votos ao lulismo exigiram nas últimas eleições e honrem os votos que receberam. Antes que seja tarde.

Verdades e Mentiras

O Fato

Semana passada o presidente da república compareceu a uma lançamento de mais um livro sobre os governos militares. A obra não tem nada de novo, sistematiza relatos que já existiam em outros livros com o mesmo enfoque: o governo militar sufocou com tortura e assassinatos aqueles que lutavam pela democracia contra a ditadura. A novidade foi o livro ter sido patrocinado pelo estado, com chancela final do próprio presidente. O ministro da defesa compareceu e diante da ausência dos chefes militares ameaçou de retaliação qualquer manifestação contrária por parte das três forças.

A Nota

O Alto-Comando do Exército (faço questão da inicial maiúscula no nome da instituição, deferência que não concedo ao presidente, seu ministro e o próprio estado) em reunião extraordinária elaborou uma nota sobre o assunto. Dentro do princípio de hierarquia levaram ao ministro da defesa que a aprovou. Dizia a nota:

1. Reuni o Alto-Comando do Exército, em Brasília, no dia 31 de agosto de 2007, para tratar de assuntos de interesse da Força e de fatos recentemente divulgados pela mídia. Com a sua concordância unânime, decidi reafirmar que:
– o Exército Brasileiro, voltado para suas missões constitucionais, conquistou os mais elevados índices de confiança e de credibilidade junto ao povo brasileiro;
– os Comandantes, em todos os níveis, ensinam, diuturnamente, em nossos quartéis, os valores da hierarquia, da disciplina e da lealdade, os quais têm sido cultuados como orientadores da ação permanente da Força;
– a Lei da Anistia, por ser parâmetro de conciliação, produziu a indispensável concórdia de toda a sociedade, até porque fatos históricos têm diferentes interpretações, dependendo da ótica de seus protagonistas. Colocá-la em questão importa em retrocesso à paz e à harmonia nacionais, já alcançadas.
2. Reitero aos meus comandados que:
– não há Exércitos distintos. Ao longo da História, temos sido sempre o mesmo Exército de Caxias, referência em termos de ética e de moral, alinhado com os legítimos anseios da sociedade brasileira;
– estamos voltados para o futuro e seguimos trabalhando, incansavelmente, pela construção de um Brasil mais justo, mais fraterno e mais próspero.

A mensagem

O lançamento do livro em si nada representa de novo. A grande questão é a campanha que vai se montando pela revogação da lei da anistia, só que apenas no que diz respeito aos militares. O sonho dessa turma é ver militares sendo julgado por crimes contra a humanidade, como aconteceu na argentina.

Em nenhum momento colocam em questão os crimes praticados pelos terroristas __ é este o nome correto __ tratados como uma espécie de “guerreiro da liberdade”.

Alto lá. A maioria confessa com orgulho que a inspiração não era a democracia, mas o regime comunista. Não existe uma experiência no globo que associe comunismo, direitos humanos, democracia e justiça. Aliás chega a ser engraçado, se os comunistas tivessem vencido; que tratamento receberiam as forças legais? Flores?

Ninguém nega que tenham existido crimes praticados pelos agentes do estado nos porões do governo militar. O que não se pode aceitar é considerar estas práticas como institucionalizadas.
Nunca foram. Basta fazer uma pergunta, se a tortura e a execução tivesse sido institucionalizadas pelo governo militar estaríamos falando hoje em 400 mortes? E veja que sob custódia do estado foram bem menos vítimas; nesta conta estão incluídos os que morreram com armas na mão, em combate.

Por que os crimes praticados pelos guerrilheiros urbanos e rurais são colocados no esquecimento? Se querem julgar os militares por que não julgar a todos? Falam das famílias dos desaparecidos, e das famílias de suas vítimas? Por que não falam? O que teria a ganhar a nação brasileira em trazer de novo todos estes episódios ocorridos a mais de 30 anos?

Este é o sentido da nota do Exército: a Lei da Anistia, por ser parâmetro de conciliação, produziu a indispensável concórdia de toda a sociedade, até porque fatos históricos têm diferentes interpretações, dependendo da ótica de seus protagonistas. Colocá-la em questão importa em retrocesso à paz e à harmonia nacionais, já alcançadas.

A mídia

E agora vem o festival de bobagens escritas na grande imprensa. Separei dois colunistas. Miriam Leitão e Marcos Nobre.

Diz a primeira:

O ministro Nelson Jobim disse que a questão militar foi superada. Foi mesmo, mas nos seguintes termos: os militares ficaram com a última palavra, o ministro teve que recolher sua ameaça, e o Brasil engoliu mais uma nota do Alto Comando do Exército. Para os militares, não houve o que todos sabem que houve dentro dos quartéis: tortura e assassinatos de dissidentes do regime militar.

É uma impostura de Miriam. O Exército não nega que tenha havido tortura e assassinatos. A palavra “dissidente” é uma generalização que não se aplica. Nem todos eram dissidentes. Muitos eram terroristas e assassinos, o que nem assim justificaria ilegalidades. Haviam inocentes, e por isso devem ser reparados; mas na exata medida das injustiças que sofreram e não nesta fenomenal máquina de reparações que se transformou a comissão de mortos e desaparecidos. O fato é que nos porões não haviam apenas inocentes, o que ela esconde em seu discurso.

Mais a frente diz:

Mas o comandante do Exército, Enzo Peri, reuniu o Alto Comando para afirmar que “fatos históricos têm diferentes interpretações, dependendo da ótica de seus protagonistas”. Ou seja, na visão dos generais, tudo é relativo. Democracia ou ditadura é uma questão de ponto de vista, de interpretação.

Em nenhum momento o comandante disse que tudo é relativo, isto é conclusão, pobre, da autora. O que está dito é que existem diferentes interpretações dos fatos históricos, o que é verdade no Brasil e no mundo inteiro. Há muito tempo o estudo da história deixou de ser considerado uma ciência exata. Ou Miriam interpreta muito mal um trecho escrito ou está evidenciando muita má fé. Deixo a escolha para ela.

Por fim:

O pensamento dos militares é que eles reagiram à radicalização de grupos que agiam de maneira clandestina e ilegal. A verdade é que a radicalização foi precedida pelo fechamento de todos os canais de expressão normais na democracia.

Mentira deslavada. No próprio livro de Elio Gaspari, que nunca pode ser acusado de defender o Exército, está bem claro que a radicalização da esquerda foi a responsável pelo emparedamento de Castelo por Costa e Silva conduzindo ao AI-5. Gaspari afirma que o governo militar só durou o tempo que durou por causa de luta dos guerrilheiros, tanto que após extinto o último foco de guerrilha iniciou-se o processo de abertura de Geisel. E nunca houve o fechamento de “todos” os canais de expressão normais na democracia. Existia até oposição! O que representou gente como Ulisses Guimarães neste processo todo? Nada?

Pior ainda é Marcos Nobre.

Quando se mistura política e militarismo, a democracia costuma balançar. Foi o que se viu na nota do comandante do Exército, general Enzo Martins Peri. O texto considera que colocar em questão a Lei da Anistia importaria em “retrocesso à paz e à harmonia nacionais, já alcançadas”.

O lapso gramatical (“retroceder a” significa “voltar a”) não é importante por si mesmo, mas por levantar dúvidas sobre a posição que o Exército entende ter na democracia brasileira. Afinal, por que o simples “colocar em questão” de uma lei destruiria “a paz e a harmonia nacionais”?

Porque colocar em questão a lei da anistia, principalmente para um lado só, seria retroceder a um tempo de radicalização? O que gente como Marcos Nobre não aceita é que apesar de toda a campanha de difamação contra as forças armadas, esta ainda é a instituição mais respeitada no Brasil em qualquer pesquisa de opinião. E mesmo sendo confundida com a PM!

O que o bravo colunista defende é a discussão democrática dos crimes cometidos no governo militar. Só que a democracia dele não permite que os militares façam uso da palavra. É a típica democracia socialista, só um lado possui a verdade e só este lado pode falar. Não sei onde achou este conceito de democracia, mas deve ser no mesmo que a atual turma que está saqueando o país encontrou a sua.

Falta agora que o Exército venha a público dizer qual é a sua, se é que há mesmo uma única interpretação no interior da corporação. Enquanto as Forças Armadas se recusarem ao diálogo franco e aberto, não há perspectiva de alcançar a “paz e a harmonia” que também desejam.

Como vir a público se uma nota de poucas linhas já é submetida a este tratamento? Basta pegar o livro do Coronel Brilhante Ustra. Não tem em livraria? Por que será? Por que todas as versões dos militares sobre o ocorrido são rejeitadas pelas editoras? Falta de leitores? Mas o colunista está querendo um “diálogo franco e aberto”. Imagino que defenda, por exemplo, que o estado patrocine o livro de Coronel Ustra e o lance também com a chancela presidencial… não? Devo ter entendido errado.

Verdades

O que ambos os colunistas não falam, e na verdade representam a grande maioria de seus colegas, pode ser encontrado no artigo de Jarbas Passarinho de hoje:

No Recife, no aeroporto, detonaram maleta com explosivos, causando mortes e ferimentos graves. Em São Paulo, lançaram carro-bomba contra o quartel do Exército, cuja explosão esfacelou o corpo de um soldado sentinela e feriu gravemente outros cinco deles. No Araguaia, fatiaram com facão, até a morte, o corpo de um menino de 17 anos, na presença de seus pais, porque servira de guia à patrulha que perseguia os guerrilheiros do PCdoB. Mataram, na presença de sua esposa e de seu filho de 9 anos de idade, um oficial americano, julgando-o agente da CIA. Tiraram a vida de um major alemão, aluno da Escola de Estado-Maior do Exército, supondo que fosse outro oficial, boliviano, acusado de prender Che Guevara, o que nunca se deu.

Ainda tem mais:

Quando Prestes saltou de capitão a general, chocaram-se (os militares). Mas, pouco depois, veio o inconcebível: comparar Prestes com Lamarca, oficial medíocre, desertor, ladrão de armamento e munição de seu Regimento de Infantaria, assassino várias vezes, de modestos vigilantes de bancos e de segurança de diplomata seqüestrado, e autor do mais nefando crime militar, ao despedaçar, com coronhadas de fuzil, o crânio de um bravo oficial da Polícia Militar de São Paulo, que se apresentara voluntariamente como refém, para poder evacuar os soldados que haviam sido feridos pelo facínora e seu grupo.

Conclusão

A mentira: durante a sangrenta ditadura militar brasileira jovens idealistas foram torturados e mortos quando lutavam pela democracia e os ideais humanitários.

A verdade: brasileiros pegaram em armas e praticaram atos terroristas na tentativa de implantar uma ditadura comunista no Brasil. Fracassaram. Por causa disso temos que pagar a “bolsa terrorismo” e escutar a vida toda esta pregação falaciosa.

Sei que o texto ficou longo, mas é um assunto que revolta e revela muito da alma de muita gente. O que não entendem e nem admitem, é que a imensa maioria do povo brasileiro acredita nas Forças Armadas, particularmente no Exército. Sabem que houveram excessos, mas sabem que houveram provocações. Isso tudo sendo submetido a esta mentira ao longo de 30 anos! Imagine se não tivessem conquistado as redações e o sistema de ensino!

Ainda existe a esperança de ver um dia o triunfo da verdade e se chamar as coisas pelos nomes apropriados.

A verdadeira face

Depois de três derrotas na corrida presidencial o PT percebeu que não dava para ganhar com sua verdadeira face, ou a mais próxima dessa. Mascarou sua via radical e adotou o estilo “Lula paz e amor”, tão bem produzido por Duda Mendonça em 2002. Passou a existir o que se chamou de PT light ou PT democrático.

E muita gente boa caiu nesta conversa, por inocência ou má fé. Não existe algo como PT democrático, é apenas uma máscara com fins eleitorais usado para balançar a classe média, essencial em 2002 para vencer as eleições já que o partido não tinha penetração nos grotões.

Com a conquista da massa, através do bolsa-voto, o maior programa de compra de votos que já se teve notícias, o partido passou a não ter mais necessidade das camadas médias da sociedade __ que o governo está reduzindo paulativamente, nem dos formadores de opinião. Já vivemos a ditadura das massas de Ortega Y Gasset.

O PT está um pouco mais livre agora para mostrar-se. Não existe PT light e PT radical. O PT é um só como afirma seu líder maior e presidente da república. Existem atores que fazem sua parte para vender a imagem de um partido democrático com “tendências” que lutam pelo poder, o que evidenciaria as tais “correntes”. Algo como uma oposição interna de mentirinha para enganar os incautos.

O verdadeiro PT é uma máquina partidária formada em torno de sindicalistas e fundos de pensão com objetivo bem definido: assaltar o estado brasileiro onde puder e em quanto puder. Não por acaso o atual governo promove uma re-estatização lenta e gradual. Estado para esta gente é sinal de uma veia para sugar, é sinal de um cofre à disposição.

Em 2005 Lula afirmava que tinha sido traído, que “companheiros” cometeram atos sem o seu conhecimento. Em 2006 chamou a turma do dossiê de “aloprados”. As eleições e sua popularidade mostraram que já não precisa desta máscara. A classe média e os formadores de opinião já não servem mais para nada.

Assim vai aos poucos mostrando sua verdadeira face. Ontem exortou a militância a defender os mensaleiros e afirmou que ninguém tem mais ética e moral do que seu partido; que todos erram e que o importante é o trabalho que está sendo feito para conduzir o país “à dignidade”.

Nem precisa ir muito nas entrelinhas para reconhecer o pensamento de Maquiavel. Para conquistar o objetivo do partido __ poder __ que é travestido eleitoralmente como “desenvolvimento do país”, não existe crime nem criminosos. O fim justificam os meios. Lula está de braços dados com os mensaleiros e mostra que nada no partido ocorre sem seu consentimento.

Esta é a face do PT e de seu presidente. E cada dia ficará mais claro, finalmente.