Doutrinação ideológica

Trechos do livro Nossa História Crítica, 8ª série, distribuída pelo MEC e levantados por Ali Kamel:

Capitalismo

“Terras, minas e empresas são propriedade privada. As decisões econômicas são tomadas pela burguesia, que busca o lucro pessoal. Para ampliar as vendas no mercado consumidor, há um esforço em fazer produtos modernos. Grandes diferenças sociais: a burguesia recebe muito mais do que o proletariado. O capitalismo funciona tanto com liberdades como em regimes autoritários.”

Marxismo

“Terras, minas e empresas pertencem à coletividade. As decisões econômicas são tomadas democraticamente pelo povo trabalhador, visando o (sic) bem-estar social. Os produtores são os próprios consumidores, por isso tudo é feito com honestidade para agradar à (sic) toda a população. Não há mais ricos, e as diferenças sociais são pequenas. Amplas liberdades democráticas para os trabalhadores.”

Mao Tse-tung:

“Foi um grande estadista e comandante militar. Escreveu livros sobre política, filosofia e economia. Praticou esportes até a velhice. Amou inúmeras mulheres e por elas foi correspondido. Para muitos chineses, Mao é ainda um grande herói. Mas para os chineses anticomunistas, não passou de um ditador.”

Revolução Cultural Chinesa

“Foi uma experiência socialista muito original. As novas propostas eram discutidas animadamente. Grandes cartazes murais, os dazibaos, abriam espaço para o povo manifestar seus pensamentos e suas críticas. Velhos administradores foram substituídos por rapazes cheios de idéias novas. Em todos os cantos, se falava da luta contra os quatro velhos: velhos hábitos, velhas culturas, velhas idéias, velhos costumes. (…) No início, o presidente Mao Tse-tung foi o grande incentivador da mobilização da juventude a favor da Revolução Cultural. (…) Milhões de jovens formavam a Guarda Vermelha, militantes totalmente dedicados à luta pelas mudanças. (…) Seus militantes invadiam fábricas, prefeituras e sedes do PC para prender dirigentes ‘politicamente esclerosados’. (…) A Guarda Vermelha obrigou os burocratas a desfilar pelas ruas das cidades com cartazes pregados nas costas com dizeres do tipo: ‘Fui um burocrata mais preocupado com o meu cargo do que com o bem-estar do povo.’ As pessoas riam, jogavam objetos e até cuspiam. A Revolução Cultural entusiasmava e assustava ao mesmo tempo.”

Revolução Cubana e o paredão

“A reforma agrária, o confisco dos bens de empresas norte-americanas e o fuzilamento de torturadores do exército de Fulgêncio Batista tiveram inegável apoio popular.”

Futuro de Cuba

“Uma parte significativa da população cubana guarda a esperança de que se Fidel Castro sair do governo e o país voltar a ser capitalista, haverá muitos investimentos dos EUA. (…) Mas existe (sic) também as possibilidades de Cuba voltar a ter favelas e crianças abandonadas, como no tempo de Fulgêncio Batista. Quem pode saber?”

Derrocada da URSS:

“É claro que a população soviética não estava passando forme. O desenvolvimento econômico e a boa distribuição de renda garantiam o lar e o jantar para cada cidadão. Não existia inflação nem desemprego. Todo ensino era gratuito e muitos filhos de operários e camponeses conseguiam cursar as melhores faculdades. (…) Medicina gratuita, aluguel que custava o preço de três maços de cigarro, grandes cidades sem crianças abandonadas nem favelas… Para nós, do Terceiro Mundo, quase um sonho não é verdade? Acontecia que o povo da segunda potência mundial não queria só melhores bens de consumo. Principalmente a intelligentsia (os profissionais com curso superior) tinham (sic) inveja da classe média dos países desenvolvidos (…) Queriam ter dois ou três carros importados na garagem de um casarão, freqüentar bons restaurantes, comprar aparelhagens eletrônicas sofisticadas, roupas de marcas famosas, jóias. (…) Karl Marx não pensava que o socialismo pudesse se desenvolver num único país, menos ainda numa nação atrasada e pobre como a Rússia tzarista. (…) Fica então uma velha pergunta: e se a revolução tivesse estourado num país desenvolvido como os EUA e a Alemanha? Teria fracassado também?”

Além das mentiras históricas socialistas, chama também atenção o mau uso do português. Tratando-se de um livro didático é inaceitável. Falar o que deste festival de absurdos?

Verdade sobre a Vale

Do artigo de Eduardo Graeff, na Folha, sobre a Vale:

1 – Em seis anos, ela recebeu US$ 44,6 bilhões em investimentos: nos 54 anos de estatismo, foram US$ 24 bilhões;

2 – Em 1997, inteiramente estatal, empregava 11 mil pessoas; hoje, 56 mil;

3 – Como estatal, produzia 35 milhões de toneladas de ferro; hoje, são 300 milhões;

4 – Em 1997, exportou US$ 3 bilhões; em 2006, US$ 10 bilhões (mais de um quarto do saldo positivo da balança comercial);

5 – Se a empresa realmente vale hoje US$ 50 bilhões, TRATA-SE DA VALE INTEIRA; em 1997, venderam-se se por US$ 3 bilhões APENAS 42% das ações ordinárias;

6 – Quem continua a ser o verdadeiro “dono” da Vale? O fundo de pensão do Banco do Brasil e o BNDES: eles detêm dois terços do capital da empresa;

7- O outro terço se distribui entre Bradesco, a japonesa Mitsui e mais de 500 mil brasileiros que aplicaram parte do FGTS em ações da companhia.

A independência

Nas décadas de 60/70 ganhou força no Brasil a teoria de dependência. Fruto da ideologia das esquerdas, passou-se a ver toda nossa história com fruto da exploração do país pelas potências estrangeiras, o que foi aos poucos ganhando espaço nos livros de história, particularmente no ensino secundário.

Difundiu-se a tese de que a independência brasileira foi fruto exclusivo dos interesses ingleses. Havia uma nítida tentativa, até certo ponto bem sucedida, de ridicularizar os heróis brasileiros e nossa história; em seu lugar teríamos gente com Che e Prestes. D Pedro foi um dos primeiros a ser demonizado.

Esta influência ideológica impede que o papel do primeiro imperador seja analisado com propriedade. É fato que a independência foi um ato conduzido pela elite política da colônia e que a participação popular foi mínima, mas qual foi o real papel de D Pedro neste processo?

A história não é uma ciência exata, e os fatos não são analisados desta forma; pertencem a um contexto e permitem muitas suposições e interpretações. Pelo que já li coube José Bonifácio o papel de artífice do movimento pela emancipação. A revolução do Porto era uma séria ameaça, implicava na volta do Brasil à condição colonial e o retorno de D Pedro à Portugal era uma passo definitivo nesta direção.

O que aconteceria se o príncipe cumprisse a determinação da corte lusa? É uma pergunta que poucos se fazem, mas fundamental para entender a importância de D Pedro. Para dar certo o movimento pela emancipação necessitava de uma liderança legítima, que fosse respeitada tanto em Portugal como na Europa. Sem ela talvez a única saída para independência fosse, aí sim, uma revolução popular.

Quando ela viria? Até onde o país deveria ser oprimido para despertar a população de sua letargia? Seria possível uma independência do reino como um todo? Seria possível uma revolução que mantivesse o Brasil com a integridade territorial que possui hoje?

A grande questão é se uma revolução popular seria melhor para o Brasil do que uma emancipação conduzida pela elite brasileira. O que aconteceu no império espanhol indica que não. Houve derramamento de sangue imediato e uma profunda divisão que provocou inúmeras guerras e ressentimentos que persistem até os dias de hoje. É claro que a independência da américa espanhola não foi conduzida pelo povo, mas seguramente sua participação foi bem maior do que no caso brasileiro. E a elite dividiu-se em interesses regionais sepultando o sonho de unidade de Simón Bolívar.

A participação de D Pedro no 7 de setembro evitou tudo isso. A independência foi alcançada em clima de tranqüilidade, sem abrir fissuras na nação brasileira. E a participação do imperador nos anos seguintes, com uma forte centralização política absolutista, impediu a divisão da nossa elite em interesses regionais e a fragmentação do Brasil.

Se D Pedro não foi o herói na acepção da palavra, se não lutou batalhas sangrentas pelo Brasil, também não foi um espertalhão aproveitador como costumam retratá-lo. Muito menos um corrupto. Deixou um legado importante para o futuro e na minha opinião merece ser tratando com muita mais consideração do que é hoje. Obviamente é um exemplo bem melhor do que Che Guevara foi para a juventude brasileira. É uma lástima ver tantas camisas com o rosto deste último,um fascínora, e ver o primeiro jogado ao ostracismo.

Não sou historiador, muito menos dono da verdade. Mas escolho minhas referências sem a contaminação ideológica das elites culturais brasileiras. E creio que nosso primeiro Imperador merece mais consideração do que recebe da nação brasileira.

O Grito da Independência


Este quadro de Pedro Américo, pintado no fim do II Reinado, é uma das mais famosas imagens brasileiras de nossa independência. A tela retrata D Pedro I, de maneira heróica, fazendo a declaração da independência. Nas últimas décadas a imagem foi demonizada pela comunidade acadêmica que, em grande parte, reduz a participação do Imperador a quase nada.

Greve dos Correios

Sou de opinião que o estado só deveria gerenciar atividades essenciais, que não podem ser delegadas à sociedade. Poderia também participar onde não houvesse o interesse particular, o que nos dias de hoje é cada vez mais raro. O fato é que a essencialidade da função do estado não é compatível com a greve geral conduzida pelo sindicato dos trabalhadores dos Correios.

Infelizmente falta regulamentação das greves no setor público, que na minha opinião deveriam ser proibidas. Os sindicatos aproveitam para pressionar o governo com evidente prejuízo para a população. Não houve a menor preocupação dos grevistas em garantir um mínimo de serviços.

Segundo o Informe Econômico do JB a greve foi a senha para o governo colocar adiante o projeto de privatização do setor. A volúpia estatizante deste mesmo governo me faz duvidar desta intenção. A defesa do estado diante das privatizações foi importante nas últimas eleições, e o movimento pela re-estatização da Vale mostra que é uma estratégia para 2010.

Mas se acontecer do governo me surpreender nesta questão não ficarei decepcionado. Não vejo um único motivo para ser contra. Os correios já não operam com a mesma eficiência de outrora, estiveram no epicentro do mensalão, gastam uma fábula em propaganda mesmo sem ter concorrente e ainda apresenta um serviço caro. Só temos a ganhar com a privatização. Não dá nem para alegar que estaríamos “perdendo” nossos recursos naturais. Afinal o serviço não produz nada, apenas transporta.

Interessante

Do ex-blog do César Maia:

-O PROBLEMA, PREFEITO… É BRASÍLIA!

1. Em dezembro de 1996, o prefeito do Rio recebeu um pedido de audiência, do ex-deputado, ex-líder do governo JK, ex-ministro do regime militar, Armando Falcão, que queria conhecê-lo. Foi marcado um almoço. O ex-ministro chegou com uma ótima aparência que lhe dava uns dez anos a menos.

2. Iniciado o almoço deu-se um “branco”. O prefeito quebrou o “gelo” e para agradar o ex-deputado, disse que o parlamento nos anos 50, quando ele foi líder de JK, era de melhor qualidade do que o atual. E perguntou por que.

3. A resposta veio pronta: -O problema prefeito… é Brasília. Quando a capital era no Rio, um grande advogado, médico, professor… vinha para cá e aqui continuava sua atividade profissional. E até independiam materialmente da política. Hoje, em Brasília, todos ou quase são profissionais da política. Uns porque se afastam do que faziam e se profissionalizam em Brasília. Outros porque só são, desde a origem brasiliana, profissionais da política. Com isso a política perde a política. E os mandatos são privados e não representativos.

Um voto jogado no lixo

O processo contra Renan Calheiros pelo menos revelou-me que (mais uma vez) joguei um voto no lixo. Trata-se de meu voto no senador Francisco Dornelles nas últimas eleições. Não votei por convicção, mas diante de uma adversária comunista votei neste senhor. Por princípio não voto vermelho. Hoje, na mesma situação, anularia meu voto. O papel de Dornelles nos últimos dias foi simplesmente revoltante. Segundo ele o fato de Calheiros não ter renda para pagar a pensão não constitui falta de decoro, apenas uma questão tributária. Aproveitou para ameaçar os demais senadores: uma condenação implicaria que todos eles poderiam ser alvos do mesmo processo.

Trata-se de uma falácia sem tamanho. Questão tributária é você sonegar um imposto. Fazer despesas sem renda é outra coisa. Significa pura e simplesmente dinheiro ilegal. E os valores que o senador movimentou apontam uma grande ilegalidade. Em entrevista Dornelles afirmou:

FOLHA – Por que não cassar Renan Calheiros?
FRANCISCO DORNELLES – Não há nenhuma prova de que os recursos para pagar a jornalista eram da Mendes Júnior. O Conselho de Ética diz que o Renan não provou que tinha renda para fazer os aportes. O problema seria crime contra a ordem tributária, que só pode ser apurado no âmbito de processo da Receita.

Pior viria a seguir:

FOLHA – Mas quebra de decoro é um processo político…
DORNELLES – Depende. Se o sujeito tirar a roupa e entrar aqui nu, é um decoro parlamentar, um problema político. O sujeito estuprar uma menina dentro do Parlamento é uma coisa política. O processo tem de ser político para ações políticas. Mas como você vai incluir um crime contra a ordem tributária no campo político?

Mais um ponto em que me diferencio do petista-lulista. Não morro abraçado ao meu voto e não faço meus julgamentos baseados em relativismo. O papel do senador que votei foi vergonhoso e lastimável. Nunca mais terá meu voto. Simples assim.

Contradições brasileiras

A “absolvição” de Renan Calheiros causou muitas reações na sociedade. Muitos a encararam como uma derrota da mídia, bem ao estilo do pensamento do militante petista. Afinal a mídia é o verdadeiro inimigo; o senador foi perseguido pela imprensa. Como se a incapacidade do mesmo em se defender não tivesse importância. Grande parte da população assistiu a tudo sem entender bem o que aconteceu. Queriam a cassação, mais por entender que era um político corrupto em julgamento do que qualquer outra coisa; seriam incapazes de apontar onde teria sido quebrado o decoro. Por estranho que possa parecer, não vêem nada demais em pagar pensão com dinheiro de um empreiteiro. No íntimo sabem, que se pudessem, fariam a mesma coisa. E outra parte entendeu as verdadeiras razões que exigiam a condenação de Renan Calheiros: a promiscuidade do público com o privado.

Muitos deste último grupo têm infestado a rede com mensagens condenando a decisão do senado. O que me chama a atenção é que muitos ajudaram a re-eleger Lula e condenaram as vaias que sofreu recentemente. Comemoraram as eleições dos mensaleiros e derem ao atual governo um cheque em branco para continuar conduzindo a nação depois do que fizeram no primeiro mandato.

Por que Renan pode ser condenado por falta de decoro e Lula não? O que faz um melhor do que o outro? A origem humilde que não cansa de repetir? Ou a velha máxima de Maquiavel: os fins justificam os meios. Sim, o PT roubou e comprou o parlamento, mas foi por uma causa nobre: a justiça social. Aí está o relativismo que tantos males provoca. O governo Lula colocou toda sua força para absolver Renan Calheiros, participam do mesmo plano de poder.

Querem que o senado faça o que não fizeram nas urnas em 2006. Recusaram-se a colocar para forma um governo que assaltou o estado e tenta, diariamente, destruir todas as instituições da república.

Infelizmente o senado não é melhor do que a sociedade brasileira. É apenas mais uma de suas expressões. E mostra que esta sociedade esta doente.

O Caso Renan Calheiros

Terminou ontem mais um capítulo da ópera bufa que se tornou o processo por quebra de decoro em que era acusado simplesmente o presidente do Senado e do Congresso Renan Calheiros.

Não faltaram provas para demonstrar que o senador usou dinheiro de uma empreiteira para pagar pensão para uma ex-amante. Também ficou evidente que a mesma empreiteira foi beneficiada na distribuição de dinheiro público. Se isso não é quebra de decoro, o que seria?

Renan só conseguiu se complicar em sua defesa. Partiu para o ataque à mídia, especialmente a Veja, acusando-a de conspiração para derrubá-lo. Depois partiu para ameaças a senadores fazendo acusações ao ar. Os senadores não se intimidaram e exigiram, em plenário, que Renan fizesse a acusação que deixava subtendido. Fez-se de desentendido. Finalmente partiu para a ameaça ao governo. Mandou mensagens explícitas que não cairia sem atirar caso a base e, principalmente, o partido do governo não o salvasse da degola.

O PT ainda ensaiou uma liberação de votos no início da semana, chegou até a flertar com a cassação. Mas quando as ameaças do senador chegaram fortes ao governo, Lula colocou suas digitais. Escalou um general de sua tropa, Mercadante, para controlar a votação. Não precisava nem defender o voto pela absolvição, bastava-lhe a abstenção; a maior das covardias em um processo desses.

Renan foi absolvido, contanto para isso com as providenciais 6 abstenções. A seção foi uma vergonha. Secreta, com varreduras e seguranças na porta, parecia uma reunião de bicheiros e não uma de senadores da república.

E assim o senado chegou ao ponto mais baixo de sua história. Uma semana depois do STF dar uma esperança à nação, a mais alta câmara brasileira produziu esta vergonha. Com as 9 digitais do presidente da república, a quem muito interessa a desmoralização do parlamento.

E agora? Agora nada. Duvido que os outros processos cheguem ao plenário, ficou com cara de assunto requentado, apesar de não sê-lo. A oposição deve marcar sua posição e começar a fazer algo que não quis fazer nestes 5 anos de lulismo: política. E o primeiro passo e derrubar a CPMF, cuja única finalidade é engordar os cofres públicos para o assalto petista.

O senado rachou literalmente e é onde a oposição tem hoje seu melhor palco para atuação. Está na hora de honrarem seus votos.