Será lançado hoje no Palácio do Planalto com presença do presidente da república o livro “Direito à Memória e à Verdade”, sobre o perfil dos mortos na “ditadura” brasileira. A obra é resultado da famigerada Comissão Especial sobre Mortos e desaparecidos políticos. Por que famigerada? Por que esta comissão é responsável por 17 mil reparações e existem 30 mil na fila. O total até hoje é de R$ 3,5 bilhões. O número de vítimas fatais é de 475 (segundo a própria publicação). Temos o pagamento inédito de indenização até para quem não era nascido.
Este na verdade é um primeiro passo. O próximo é conseguir revogar a lei da anistia, claro que apenas para o lado dos militares. Remetem ao exemplo da Argentina onde militares foram processados. Acontece que lá foram 30 mil mortes e a ditadura se refletiu em uma chaga social e divisão da sociedade. Aqui não. O exército ainda é uma das instituições mais respeitadas do país, bem acima dos políticos que o querem atingir. Lá se lutou pela democracia, aqui pelo comunismo.
E esta é a grande mentira que constantemente é propagada. Que os que lutaram contra o regime militar tentava e contribuíram para tornar o país democrático. Não lutaram. Quem lutou para isso o fez dentro da legalidade, sim a perversa “ditadura” deu espaço para protestos e outras formas de reação. Acreditem, havia até um partido de oposição. Procurem outro exemplo de uma ditadura com oposição organizada, com direito a partido político. A luta armada não era o único caminho. Quem o escolheu fez por sua conta e risco.
E a sociedade hoje paga pela escolha que fizeram através destas indenizações amorais. Quem foi torturado ou morreu sob custódia do estado, como Vladimir Herzog, deve receber sim indenização. Mas quem morreu de armas na mão, disposto a matar ou matando, como Lamarca, não. Este fez sua escolha e matou também. Por que deveria ser indenizado?
Se esta turma tivesse vencido, e nunca tiveram chance, teríamos adotado o regime cubano. E com ele teríamos muito mais do que os 30 mil mortos argentinos, por baixo uns 100 mil. E ninguém estaria falando hoje sobre anistia, aliás ninguém estaria falando sobre nada. Mas de repente, poderíamos ganhar uma olimpíada! Quem sabe?
O governo ao financiar e patrocinar o livro dá mais um passo em direção ao socialismo. É uma caminhada lenta, não pode ser rápida, mas ela existe. O Foro de São Paulo existe, e nenhum participante o nega, nem o presidente da república. Mas o assunto continua ignorado pela mídia brasileira, por que?
Querem rever a anistia. Mas só de um lado. Querem recuperar a memória. Mas só de um lado. Se alguns agentes do estado praticaram crimes, terroristas também o fizeram. Jogaram bombas em locais públicos, seqüestraram, mataram, justiçaram. Não conta também?
Defendem-se por considerar que lutavam por uma causa moral superior. Sempre aplica-se Maquiavel. Se é superior por que não deu certo em lugar nenhum do mundo? Por que Cuba não tem equipe de vela oceânica? Parece besteira mas esta última pergunta reflete muito.
Querem mais uma vez dividir a população brasileira, o que talvez seja a grande marca deste governo. Nunca se tomou tantas atitudes neste sentido. Faz parte da estratégia, o caminho seguro para o gramcismo.
Depois será tarde demais.