Sibá Machado nunca venceu uma eleição. Perdeu a prefeitura de Plácido de Castro e no máximo tinha conseguido uma vaga como suplente de deputado estadual. Em manobra stalinista assumiu a presidência do PT no Acre e o comando do partido. Acabou se impondo como suplente de Marina Silva. Como a senadora assumiu desde o início o Ministério do Meio Ambiente, acabou “herdando” simplesmente o cargo de senador da república.
Sibá Machado é um senador sem voto. Vivia num certo ostracismo até que surgiu a CPI dos correios. Nela destacou-se pela defesa implacável do governo e do PT. A dobradinha com Ideli Salvatti era simplesmente um espetáculo à parte. Ganhou o agradecimento e confiança do planalto.
Sibá Machado é o presidente do Conselho de Ética do Senado. Como nem Cafeteira conseguiu seguir até o fim o papel de relator do simulacro de processo contra Renan Calheiros, assumiu ele próprio a relatoria. O senador sem voto tornou-se o defensor da ética no Senado Federal e relator do processo contra o presidente da casa.
Em poucas linhas mais um absurdo que a política brasileira é capaz, e mais uma mostra de como nosso sistema eleitoral é anacrônico. Em tese, um senador sem um único voto poderia ser presidente do Congresso. O resultado é o que está aí.