Carlos Lamarca era oficial do Exército. Em 1969, desertou levando com ele parte do armamento da unidade em que servia. Ingressou um dos movimentos revolucionários que tentavam implantar um regime socialista no Brasil, seguindo o modelo cubano. Praticou atos terroristas, matou gente e foi morto em 1971.
A justiça em 1993 resolveu pagar à viúva uma pensão referente a um soldo de Coronel, cerca de R$ 9.500,00. Agora uma comissão do Ministério da Justiça resolveu promovê-lo de fato promovê-lo ao posto e pagar a pensão de General de Brigada, cerca de R$ 12.500,00.
É um total absurdo, e constitui o que fica bem definido como “bolsa terrorista”. No regime militar, de acordo com dados da Comissão foi responsável pela morte ou desaparecimento de 424 pessoas.
Lamarca e seus companheiros lutavam para transformar o Brasil em uma grande Cuba. Aplicada a “taxa” do regime de Fidel (83 a cada 100.000 habitantes), teríamos por aqui cerca de 150.000 mortos ou desaparecidos políticos. Um número bem mais marcante não?
Uma coisa é pagar uma indenização para Vladimir Herzog, que foi torturado e morto, sob a custódia do Estado, por suas convicções ideológicas. Outra bem diferente é indenizar um desertor e terrorista, que foi responsável por mortes de inocentes pelo seu sonho socialista.
Existe um mito plantado no inconsciente coletivo brasileiro de que os que lutaram contra o regime militar lutavam pela liberdade. É falso. Boa parte lutava para substituir o governo existente por uma ditadura socialista. Todos? Claro que não. Gente como Ulysses Guimarães queria o fim do regime e a implantação da democracia. Lamarca, em qualquer país civilizado receberia o título que merece: terrorista.
Mas por aqui já ganhou até filme.
É necessário que este festival de pensões seja revisto, a sociedade precisa saber para quem e por que está pagando fortunas milionárias. E a sociedade precisa decidir se concorda com esta conta, que não é pequena.
Como disse Millôr, eles não estavam fazendo uma revolução, mas um investimento.