O editorial do Globo de hoje toca em um assunto que tenho pensado bastante ultimamente, o enfraquecimento do poder Legislativo.
O periódico lembra que este enfraquecimento tem sido acompanhado por um fortalecimento excessivo do poder Executivo e, coloca como uma das causas, o carisma do presidente da república.
Lembra que a multiplicação de cargos de confiança nas mãos do poder central constitui um poderoso instrumento “para cooptar adversários ou indiferentes“.
O risco é uma “nova e poderosa versão de populismo“. O Globo lembra que é muito pouco provável que cheguemos ao quadro venezuelano, principalmente devido à complexidade política e social do Brasil.
Mas a situação argentina já constitui-se um modelo mais próximo, onde “o presidente governa de olho nas ruas, por cima dos partidos“.
Um agravante é o gigantismo do Estado brasileiro, que “abocanha parcela despropositada da riqueza nacional“.
Conclui lembrando que, em períodos recentes, o Brasil distanciava-se dos demais países latino-americanos em termos de construção institucional; o cenário atual, demonstra que o caminha para a modernidade é ainda longo e que o preço da democracia “é a eterna vigilância“.