Os números da USP

Aos poucos começa a ser aberta a caixa preta da USP, algo que com certeza os baderneiros profissionais não desejavam.

Para começo de conversa um dado de Gustavo Ioschpe: a média de renda familiar do alunado que entrou na universidade em 2007 é de R$ 6.000,00. Que país é este onde um assalariado ao comprar pão e pagar o ICMS ajuda a subsídiar este privilegiado? E dentre estes alunos existem muitos que nem se dão o trabalho de estudar, como pode ser visto na recente ocupação. O próprio Ioschpe definiu bem em seu artigo na Veja desta semana: é o deboche dos privilegiados da USP.

E não trata-se apenas da gratuidade do ensino. Contam também com subsídios para alimentação, moradia, estacionamento e até xerox. Pagamos impostos para ajudar estes coitados a comer. Eles pagam 1,50 e nós 8,00. É ou não é uma graça? Na definição do Reinaldo Azevedo a USP é a maior máquina de cocô subsídiado do planeta.

A relação de funcionário técnico-administrativo é de 1 para cada 5 alunos. Contra 1 para 23 das particulares. E geralmente com melhor atendimento. Professor aluno? 1 para 15. Na França, pai do iluminismo e do Maio de 68 é 1 para 32.

Os universitários do estado de São Paulo representam 3% do total de alunos paulistas do sistema público. E ficam com 25% dos gastos. E isso porque pela constituição a prioridade de educação no estado deveria ser o ensino médio. O estudante universitário custa 11 vezes mais para o governo estadual do que o aluno do fundamental. Nos países do OCE a relação é de no máximo 3,2 vezes.

O Brasil investe mais em relação ao PIB em educação do que o Japão e a Alemanha. Dá para falar em falta de dinheiro para o setor?

20% do orçamento da USP vai para os “programas sociais” dos alunos. O foco da universidade claramente não é tecnologia e pesquisa, mas promover justiça social. Se é assim é melhor fechar os cursos e fazer apenas estas políticas. Dá mais retorno e é mais eficiente.

Os privilegiados defendem a ampliação destes números. Querem educação superior de qualidade, gratuita e para todos. E assim vão debochando de quem paga os impostos e aos poucos vamos descobrindo porque os nossos melhores cérebros vão para o exterior e porque não temos nenhum prêmio nobel.

Um dia ganharemos um. Com o título de como transformar dinheiro em m…

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