Teoria Geral do Estado

Brilhante artigo de João Ubaldo Ribeiro no Globo de hoje intitulado Teoria Geral do Estado. Faz uma análise crua do estado brasileiro atual.

Começa afirmando que o atual presidente “encarna uma perigosíssima combinação de inteligência, esperteza e ignorância, ruim para ele e péssima para nós“.

Ubaldo questiona se não seria nosso modelo de estado totalitário na medida que intervém em tudo, desde nos forçar a votar para um governo que só se respeita por conveniência, a nos ensinar a falar a própria língua?

Não, afirma. Somos mais complexos. “O fato humilhante de que nos (des)governam por Medidas Provisórias e por uma burocracia diabólica, nos aproxima do totalitarismo.” Acrescenta que é de convicção geral que se rouba em todas as áreas de atividade no Brasil, e nisso inclui além das altas autoridades, as pessoas comuns que por exemplo, que colocam valor alterado na nota fiscal do almoço para tungar a empresa para qual trabalha.

Segundo Ubaldo somos um híbrido ainda não sedimentado. Existe um estado úbere, onde “mamam bacorinhos selecionados, cada um com um bocão maior do que o outro.” Temos um estado saco-sem-fundo no qual contribuem os que pagam impostos.

E aí que vem a sua crueza. Ao contrário do que se acredita, os barões não pagam impostos, repassam. E também “ao contrário do que se julga, os que recebem bolsa família e outras caridades apenas pensam que mamam, porque estão pagando impostos em tudo que compram e o resto é pago não pelos barões, mas por eles mesmos…

A transferência de renda que existe é da classe média que “no dizer de alguns compositores, jornalistas e palpiteiros gerais, devia ser toda fuzilada” para o governo entrando na classe dos pseudo-mamantes.

E conclui que o nosso modelo de estado é o estado úbere e o estado esmoler.Alerta para o perigo de um plebiscito juntamente com o bolsa-família nos levar a um imperador, o maior desde Nabucodonossor.

ps: se você não sabe o que úbere, eu também não sabia. Depois de uma consulta ao dicionário: abundante, fecundo.

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