Chega a ser desanimador ler todos os dias nos jornais a briga entre PT, PMDB e demais partidos aliados pelo chamado “2º escalão”. De segundo só tem o nome, pois envolve o comando das estatais. Nossos abnegados homens públicos, interessados em ajudar a administração pública, guerreiam __ e não é metáfora __ por cargos de presidente e diretoria de instituições como Banco do Brasil, Petrobrás, Eletrobrás, Infraero, etc. Aparentemente estão fora a Saúde e Educação porque, estas, o nosso guia disse que não era para brincar. Quanto maio o recurso gerido pelo cargo, maior a cobiça.
Esta é uma das questões que nos colocam onde estamos. A confusão do público com o privado, tão bem descrito por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil. Ao ser nomeado para um cargo seu novo ocupante só quer saber do proveito pessoal que pode tirar. Como ele pode fazer o loteamento dos cargos de confiança, o quanto ele pode gastar para seu proveito (e nem estou falando de corrupção), as mordomias, etc.
Recentemente a esposa do ministro da Propaganda (sim, agora temos um) questionou Diogo Mainardi sobre qual cargo ela poderia ocupar, depois de ter mostrado toda sua qualificação profissional. Mainardi foi seco, qualquer um que não seja comissionado. Mas aí ela disse que seria capacho de político, era inaceitável.
Pois temos aí um estado em que funcionário de carreira, que entraram por concurso são reduzidos a meros capachos de políticos. E apesar de toda qualificação da Sra Martins, ela ocupa cargo comissionado não por seu currículo, mas pela sua certidão de casamento, pois ninguém nomeia no Brasil para cargo “loteado” um profissional por sua competência.
Como explicou a mais de 50 anos Sérgio Buarque de Holanda.