– “Vamos fazer o combate à hipocrisia no País. Preservativo tem que ser doado e ensinado como usar. Sexo tem que ser feito e ensinado como fazer, somente assim teremos um País livre da aids”;
-“Não tem como carimbar na testa de um adolescente quando é momento de começar a fazer sexo. Sexo é uma coisa que quase todo mundo gosta, é uma necessidade orgânica do ser humano, portanto o que nós precisamos fazer é ensinar”;
Estas duas frases do atual presidente me deixaram sem fala. Pelo que entendi somos escravos de nosso apetite sexual e nossas escolhas individuais nada contam. E que a relação sexual agora deve ser ensinada nas escolas.
Temos um sistema educacional totalmente falido, em que nossos professores não conseguem ensinar português e matemática. Nem mesmo o aluno a ler criticamente um texto. Mas ensinar a fazer sexo (usando o palavreado do presidente) pode e é a solução para prevenção da Aids entre as mulheres.
O uso da camisinha previne a contaminação, isto é fato. Acredito que deva ser disponibilizada à população. O que não concordo é fazer do uso do preservativo o norte da política anti-AIDS no país. Os últimos comerciais fazem a apologia do sexo inseguro, com uso da camisinha claro. Uma coisa é um política de saúde que garanta acesso ao preservativo, outra é estimular às relações sexuais, mesmo que usando a camisinha.
Existe um outro meio de evitar a contaminação que ninguém fala. Chama-se abstinência sexual. Poucos a seguem. Mas tem outra que funciona quase tão bem: a monogamia. Nunca vi uma campanha que explore este tema. A monogamia como prevenção às doenças sexualmente transmissíveis. Parece que ninguém acredita na capacidade do ser humano de fazer uma escolha responsável.
Mas tudo bem, é uma opinião. Cada um tem a sua. Só acho que não cabe ao Presidente da República tratar o tema de forma tão rasteira como tratou ontem. A grande maioria da população brasileira é cristã, seja ela católica, evangélica ou espírita. Pois Cristo ensinou que não somos escravos de nossos desejos, que temos a capacidade de distinguir o bem do mal. A verdade é que a grande maioria dos casos em que a mulher contrai o vírus é do marido infiel. Este claramente não fez a escolha correta e além de ter se tornado portador ainda transmitiu a doença para a própria mulher. Por que este caso não é explorado? Por que não chamar à responsabilidade estas pessoas?
A verdade é que não se acredita no ser humano. Acha-se que a sua tendência natural é escolher o caminho errado. Pode até ser verdade, admito. Mas ainda acho que a escolha deva ser sua, com todas as orientações e sobretudo com educação. Não apenas da escola mas sobretudo dos pais e da religião que possui sim o dever de orientar seus fieis para as escolhas morais corretas. Quem sabe não sejamos surpreendidos com os resultados?