Culpa Coletiva

O JB de hoje trouxe um artigo do economista Ubiratan Iorio que reflete um pensamento meu de algum tempo. Ele alerta para a questão do relativismo moral que gerou o coletivismo, um processo de atribuição das culpas não aos verdadeiros culpados, mas a “entes holísticos, tais como a sociedade, o sistema e as elites“.

Iorio lembra da Teoria Econômica do Crime, desenvolvida na Universidade de Chicago por economistas e juristas que ensina que a taxa de incidência de um crime é função decrescente de duas variáveis básicas: a probabilidade de punição e o rigor da pena. Para alguns crimes a primeira é mais relevante, enquanto que para outros a segunda torna-se mais importante. No Brasil não há o que se discutir, ambas são absurdamente baixas tornando o crime compensador.

Segundo ele, a culpa coletiva desconhece a importância da lei moral e afirma que somos todos iguais. Não leva em conta que todos somos capazes de fazer o bem e o mal, e nossas escolhas guiam-se pelo livre arbítreo individual.

Ioro conclui o artigo afirmando que a culpa do crime não é do leitor e o presidente quando atribuiu o crime à necessidade de sobrevivência perdeu mais uma oportunidade de permanecer calado.

Melancia na cabeça?

Sabe aquela estória de colocar uma melancia na cabeça para aparecer? Bem melhor a “melancia” que a “modelo/atriz” (não sei porque mas todos os jornais utilizaram estas aspas…) Janaina Bueno utilizou na visita do presidente Bush. A moça acabou detida pela polícia por atentado ao pudor mas conseguiu o objetivo, os 15 minutos de fama e se credenciou para quem sabe participar do BBB8…


Em tempo: É lógico que Janaina não tem nem idéia do que estava protestando:”O que ele veio fazer aqui? É só mais um ladrão que passa por aqui sem trazer nada. Se bobear, ainda vem tirar“.

CPI do apagão

O editorial de hoje do JB trata de um assunto que vem sendo meio que ignorado pela grande imprensa brasileira: a manobra do governo para abafar a CPI do apagão.

A própria oposição se assustou com a reação governista. Oposição que diga-se de passagem tem muito pouco a ver com esta CPI, apesar de ter sido proposta dor um deputado do PSDB. Das 261 assinaturas, simplesmente 243 pertenciam à base de apoio do planalto.

Os parlamentares pretendem além de levantar as responsabilidades pela crise no setor, radiografar os problemas de segurança, defesa do consumidor e erros de companhias aéreas.
O JB levanta que o governo teme que a CPI chegue rapidamente a conclusão que a GOL e TAM juntas não dão conta do vazio deixado pela Varig, e com isso resolvam investigar a falência da empresa. E daí para os lobbies do processo final da ex-gigante brasileira é um pulo, o que provoca calafrios no planalto.

Do jeito que está a questão vai acabar no STF, que a exemplo da CPI dos bingos deve obrigar a Câmara a abrí-la.

A oposição que assiste meio distante o desenrolar dos acontecimentos começa a ficar mais curiosa.

Mais sobre acordo Brasil-EUA

Blod do Cláudio Humberto

O senador democrata Barack Obama, que disputa com a senadora e ex-primeira dama americana Hillary Clinton a indicação à presidência dos EUA, condenou o acordo de cooperação assinado ontem por Lula e George W. Bush, em São Paulo. “Ameaça nossa segurança energética, prejudica o nosso país substituir petróleo importado por etanol”, advertiu em discurso no Senado, na véspera, o candidato Obama, estrela em ascensão na corrida presidencial americana. Disse ainda que “quem embora bem intencionado advoga substituir nossa produção de biocombustível pela importação de etanol brasileiro está não só confundindo o desafio de nossa segurança energética a longo prazo, mas também ignorando uma valiosa opção de polítca externa. Os EUA precisam expandir dramaticamente a produção doméstica industrial de combustível renovável e não aceitar um acordo de curto prazo que desencoraja investimentos na expansão interna deles (combustíveis renováveis)”, acrescentou Obama, que poderá ser o primeiro presidente negro nos EUA.

Para aqueles que acham que um governo democrata é melhor para o Brasil…

Visita do Bush

Os jornais brasileiros apresentam em primeira página que Bush se negou a baixar taxas para importação do álcool. Durante o encontro dos dois presidentes Lula reiterou o pedido e Bush negou.
Tratava-se, evidentemente, de demagogia pura.

Primeiro porque o Brasil consome praticamente toda sua produção. Não tem quase nada a ganhar com a redução destas taxas. Muito cuidado nesta hora para nosso produção não se transformar em exportadora e deixar o mercado interno à míngua.

Segundo porque ao contrário do que pensa o brasileiro comum, o poderoso presidente americano não dispõe de poder para baixar taxas. Qualquer que seja. Lá não existe medida provisória, a competência de legislar é exercida pelo Congresso que não abre mão de suas prerrogativas. Se fosse dominado pelos republicanos ainda haveria uma tênue chance de conseguir algo neste sentido, como a maioria é democrata, sem chance nenhuma. Os democratas são bem mais protecionistas do que os “malditos” republicanos.

Pelo que dizem as pessoas mais sérias a viagem foi altamente produtiva para o Brasil. O acordo de cooperação tecnológica é altamente positivo para nós e a entrada americana no jogo também. Existe um amplo espaço para investimentos para o futuro. Deve ser verdade, ainda mais que o nosso Ministro das Relações Exteriores anda quieto. E como se tivessem dito a ele: não abre a boca que agora é sério. Vê se não atrapalha!

Sobre a fala do presidente brasileiro acho de profundo mal gosto e ridículo. Tem gente que acha que não tem nada demais, que é um ato de “coragem” a forma que o molusco tem feito ultimamente para falar de sexo. Eu tenho ponto de vista diferente para este tipo de palavreado, que evito na frente dos meus filhos. Falar de sexo está a mil anos luz da baboseira que foi dita ontem.

E quanto ao Bush, também ficou ridícula sua visita a uma ONG e a tentativa de se mostrar preocupado com a pobreza. Não pega bem e não convence. Populismo rasteiro e muito mal feito. Fica bem melhor num Chávez, que não é para ser levado a sério, do que no presidente americano. Totalmente dispensável.

Chega a ser ridículo

Em 2005 ficamos sabendo que uma organização criminosa assaltava o Estado brasileiro de dentro do círculo mais fechado do poder. Um a um caíram os homens fortes do governo Lula, todos com acusações fortes (e com confissões) de corrupção. Nenhum protesto organizado.

No mesmo ano o Ministro da Fazenda utilizou todo o poder do seu cargo contra um humilde caseiro que tinha cometido o crime de falar a verdade. Uma campanha para difamá-lo foi orquestrada, com participação de uma revista, para colocá-lo contra a parede. Foi utilizado tudo que tinha ao alcance do Estado. Polícia Federal, Receita, Caixa Econômica, Ministério da Justiça e Fazenda. Para sorte do caseiro não havia lastro nas acusações e ele tinha como comprovar sua situação financeira. Nenhum protesto organizado.

Em 2006 um grupo de vândalos terroristas destruíram um instituto de pesquisa no Rio Grande do Sul e depredaram o Congresso, em tese a representação do povo. Nenhum protesto organizado.

O presidente da Bolívia invade e privatiza uma empresa brasileira. A bandeira nacional é retirada como se fôssemos alguma espécie de invasor ao invés de investidor. O governo brasileiro cede a todas as chantagens e aceita até propostas que o próprio cocaleiro boliviano achava que eram fortes demais. Um importante embaixador denuncia que o Itamaraty está utilizando preferências ideológicas como critério de promoção. Nenhum protesto organizado.

Às vésperas das eleições em primeiro turno um grupo de petistas é encontrado com milhões de reais em dinheiro vivo para fabricar um fato contra uma candidatura. O mesmo periódico do caseiro já estava na campanha para ajudar. Até um diretor do Banco do Brasil estava no meio. Nenhum protesto organizado.

Mês passado um menino de 6 anos foi arrastado por 14 km preso a um cinto de segurança. Os assassinos se divertiam pois segundo eles estavam malhando um boneco de judas. Foram presos mas até hoje não mostraram nenhum remorso. Nenhum protesto organizado.

George Bush visita o Brasil. Vêm tratar de um possível acordo que tem tudo para nos beneficiar e muito. Resultado?


Por isso não acredito nas esquerdas, movimentos sociais e a maioria das ONGs. Os jornais, no supra-sumo da mediocridade alardeam que Bush causou engarrafamento na cidade. Pode até ser verdade. Um presidente americano sempre será um alvo ambulante. Mas é ridículo utilizar esta chamada para caracterizar a sua visita. Nem de perto causou mais transtorno do que a passeata na Av Paulista.

E nem de perto causa mais atraso ao país do que as pessoas por trás desta manifestação. E continuamos caminhando em nossa mediocridade rumo a um futuro que só pode ser caracterizado de… medíocre. Por motivos óbvios.

Maiores fortunas

Divulgada a lista Forbes de maiores fortunas do mundo:

1- Bill Gates, 51 anos, Microsoft, EUA – US$ 56,0 bilhões
2- Warren Buffett, 76 anos, Berkshire Hathaway, EUA – US$ 52,0 bilhões
3- Carlos Slim, 67 anos, telecomunicações, México – US$ 49,0 bilhões
4- Ingvar Kamprad, 80 anos, Ikea, Suécia – US$ 33,0 bilhões
5- Lakshmi Mittal, 56 anos, Mittal Steel, Índia – US$ 32,0 bilhões
6- Sheldon Adelson, 73 anos, cassinos, EUA – US$ 26,5 bilhões
7- Bernard Arnault, 58 anos, LVMH, França – US$ 26,0 bilhões
8- Amancio Ortega, 71 anos, Zara, Espanha – US$ 24,0 bilhões
9- Li Ka-Shing, 78 anos, diversos, China – US$ 23,0 bilhões