Ontem foi o dia da educação. O presidente fez questão de falar do tema e na sua coleção de bobagens habituais saiu-se com essa:
“Eu acho que tem duas coisas que são fundamentais no Brasil: Educação e Saúde. Com isso, a gente não brinca, a gente não partidariza, a gente monta o governo com as pessoas que têm competência, com as pessoas que têm capacidade de montar um bom governo. Porque, na Saúde, se você brincar, é morte. Na Educação, se você brincar, é um analfabeto”.
A única leitura possível é que os demais ministérios podem ser ocupados por pessoas sem competência, partidarizadas. É mais um assinte. Talvez explique, por exemplo, a relação da causa e efeito entre a nomeação do companheiro Waldir Pires para a defesa e o apagão aéreo (com mortes). Lógico que Lula esqueceu que já “brincou” com a saúde com Humberto Costa.
Uma das minhas maiores críticas ao governo PSDB foi a educação. Instituíram uma bobagem sem tamanho que foi a progressão continuada, em que a escola é obrigada a aprovar o aluno mesmo que não tenha aprendido. O resultado pode ser visto no desempenho horroroso dos alunos de São Paulo.
Pois o governo Lula conseguiu piorar o quadro quando o celebrado ministro Cristovão Buarque acabou com o provão. Cabia melhorias? Com certeza. Mas o provão provocou uma correria nas universidades particulares para melhorar o ensino e, principalmente, contratar melhores professores. O aperfeiçoamento dos mesmos através de mestrados e doutorados passaram a ser incentivados o que aumentou a procura por cursos de pós-graduação. Hoje voltamos à mediocridade de sempre.
O presidente promete um pacote para o setor. Fala-se em 1 Bilhão de reais. Acredito que será mais dinheiro jogado no ralo. O que já existe, se não é o melhor dos mundos, é muito mal gasto. Deveria-se primeiro arrumar a casa com o que já tem para depois colocar mais recursos. O que entrar agora só vai para os imensos ralos do setor.
Cada vez mais estou convencido que a medida urgente no setor é melhor capacitação dos professores. E parar com esta outra bobagem de que a escola deve ter como objetivo principal formar o cidadão. É uma responsabilidade que a família não pode e não deve abrir mão. A escola é parte desse processo, à medida que deveria estar fazendo o que se espera. Ensinar. Mas como ensinar se recente exame em professores de matemática recém-formados produziu a horrorosa média de 2,7?
O necessário hoje é um diagnóstico. O que está errado? Onde estão aplicados os recursos? Como são avaliados os currículos? Como são avaliados os professores? E os alunos?
Estas respostas já conduzem por si só às primeiras medidas a serem tomadas.
Um exemplo retrata o apagão da Educação. Uma das únicas escolas que ainda apresenta rigor com os casos de cola é a Academia Militar das Agulhas Negras. Desde os tempos de Caxias a punição para a prática é inapelável: expulsão. Pois um aluno recentemente expulso pela prática ganhou na justiça o direito de voltar, apesar de contrariar o regulamento da instituição, que foi acordado pelo aluno ao ingressar. Entendeu a justiça que a cola é uma prática normal no Brasil e portanto não deve ser motivo para punição.
Como disse Millôr: a vaca já foi para o brejo, estamos no máximo administrando o rabo…