O JB de hoje trouxe um artigo do economista Ubiratan Iorio que reflete um pensamento meu de algum tempo. Ele alerta para a questão do relativismo moral que gerou o coletivismo, um processo de atribuição das culpas não aos verdadeiros culpados, mas a “entes holísticos, tais como a sociedade, o sistema e as elites“.
Iorio lembra da Teoria Econômica do Crime, desenvolvida na Universidade de Chicago por economistas e juristas que ensina que a taxa de incidência de um crime é função decrescente de duas variáveis básicas: a probabilidade de punição e o rigor da pena. Para alguns crimes a primeira é mais relevante, enquanto que para outros a segunda torna-se mais importante. No Brasil não há o que se discutir, ambas são absurdamente baixas tornando o crime compensador.
Segundo ele, a culpa coletiva desconhece a importância da lei moral e afirma que somos todos iguais. Não leva em conta que todos somos capazes de fazer o bem e o mal, e nossas escolhas guiam-se pelo livre arbítreo individual.
Ioro conclui o artigo afirmando que a culpa do crime não é do leitor e o presidente quando atribuiu o crime à necessidade de sobrevivência perdeu mais uma oportunidade de permanecer calado.