Lendo o Globo de hoje algumas matérias me chamaram a atenção:
- Em sua coluna Merval Pereira apresenta o trabalho de Nicolau e Peixoto sobre as bases municipais da eleição de Lula em 2006. Não há como negar, seu voto está intimamente ligado ao bolsa família que estrategicamente foi direcionado para as cidades onde o petista teve votação fraca em 2002. Nas grandes cidades sua votação diminuiu em relação a 2002 nos dois turnos, e quanto maior o IDH do município menor foi a sua votação. Lula compensou o desencanto do seu eleitorado tradicional (médias e grandes cidades) com um programa social que na verdade era francamente eleitoral, o bolsa família. Na minha terra isto se chama compra de voto.
- Gláucio Soares faz uma interessante comparação entre os presidentes Chavez e Uribe. Quem é Uribe? Pois esta é a questão central do artigo. Uribe é o presidente da Colômbia que tem conseguido enfrentar a violência do país, e com resultados concretos. Soares questiona porque um presidente com resultados e competência não aparece na mídia enquanto que um fanfarrão de discurso vazio toma todo o espaço? Acrescenta que o número de homicídios por 100 mil habitantes em Bogotá caiu para a metade de Belo Horizonte, enquanto que em Caracas é quatro vezes maior que a capital mineira.
- Joaquim Levy, o secretário de finanças do Rio de Janeiro apresenta um releitura da fábula de Robin Hood. Lembra que o aventureiro fazia sua guerra particular não contra os lucros e o capitalismo, que mal existiam na época, mas contra a ganância do estado na cobrança de impostos. Os trabalhadores eram desrespeitados no direito à propriedade e nas riquezas produzidas. Conclui com uma máxima que os esquerdistas não aceitam de jeito nenhum: o estado é incapaz de substituir a iniciativa privada na criação de riquezas e empregos. O mundo já descobriu isso, a américa latina ainda não.
- Enquanto o mundo trava uma guerra contra terroristas o governo brasileiro planeja uma homenagem aos nossos. No caso o Araguaia. No Brasil, a imprensa trata-os como guerreiros da democracia, que tiveram a coragem de enfrentar o regime militar. Só não dizem que estavam a serviço da Internacional Socialista, que renegavam o patriotismo e que desejavam substituir o regime existente por uma ditadura socialista. E com paredão, lógico.