Até alguns anos atrás fui um admirador confesso de Luis Fernando Veríssimo. Suas crônicas e comédias sobre o cotidiano eram engraçadíssimas e inteligentes. O problema foi quando deixei de ser totalmente alienado.
Toda inteligência que tem para a comédia parece ser jogada no lixo quando o assunto é política ou economia. Sua defesa do socialismo é algo de patético, e sua sequência de raciocínio desafia a lógica quase elementar.
Semana passada morreu Milton Friedman, nobel de economia e um dos ícones do pensamento liberal que literalmente salvou a Inglaterra na década de 80.
Pois Veríssimo resolveu fazer um julgamento sobre o futuro de Friedman, entre o céu e o inferno. É lógico que toda baboseira socialista está lá, mas é no julgamento do liberalismo que o autor perde totalmente a compostura.
Segundo ele, a principal prova do fracasso do liberalismo é… a América do Sul! Pior que muita gente acredita, como Heloísa Helena que fica bradando política neoliberal de FHC a cada discurso. E uma imensidade de funcionários públicos e seguidores que repetem sempre a ladainha que o Brasil é escravo do capital internacional.
Antes fosse! O Brasil é escravo sim, mas do gigantismo estatal.
Se o liberalismo tivesse passado por aqui não teríamos ainda Petrobrás, Banco do Brasil, e a completa interferência do Estado na economia. O liberalismo prega justamente a liberdade econômica, principalmente do estado.
O que existe na América do Sul, com honrosa excessão do Chile (não por acaso o que mais cresce na última década) é o populismo nacionalista. Não é a toa que Vargas não é chamado de ditador por aqui. O próprio regime militar se caracteriza pelo estatismo, pelo nacionalismo burro.
Sabem a posição do Brasil no ranking de liberdade econômica? Depois do 60! E vem mais este “intelectual” dizer que estamos na miséria por causa do liberalismo!
Não tem como ser liberal um país com carga tributária de 40% do PIB. Aliás, nem pode mais ser chamada de carga tributária, o nome correto é extorção mesmo.
Por isso não leio mais este senhor. Nem mesmo as comédias, pois já estão contaminadas por este festival de besteiras.
Mas ao contrário dos socialistas não deseje que o censurem. Acredito na liberdade de expressão, e ela deve ser exercitada em todos os níveis. Deixem o Sr Veríssimo falar o que quizer.
Quem tem bom senso que o ignore.