Um tema ganhou destaque nos últimos dias no Brasil: as privatizações. O presidente e seus comparsas iniciaram uma guerra de mentiras, vendendo a idéia que Alckmin planeja vender entre outras: Petrobrás, Banco do Brasil e Correios.
O partido no poder sabe que é mentira. Nem que quisesse o PSDB teria sucesso nesta empreitada. Não existe condições nem vontade política para isso. A maioria da população brasileira trata a questão com uma falsa noção de nacionalismo, e os políticos necessitam destas estatais como fonte de poder. Ninguém quer abrir mão deste instrumento que serve, no mínimo, como instrumento de barganha.
As empresas estatais tiveram sua explosão mundial no início do século XX. Foram importantes instrumentos para promover o desenvolvimento, alcançando regiões que a iniciativa privada não tinha condições de atingir. O próprio Estados Unidos a utilizaram para superar a grande depressão.
A partir da segunda metade do século, as nações mais desenvolvidas perceberam que a capacidade de gestão empresarial do estado é muito menor que a iniciativa privada. Enquanto a gestão pública é burocrática por natureza, o mundo empresarial é ágil, pois sua própria sobrevivência depende de sua eficiência.
Os Estados Unidos e a Europa foram vendendo suas estatais, relegando o estado ao papel de regulador e fiscalizador do livre mercado. As empresas de petróleo americanas são um exemplo clássico. O mercado tornou-se uma disputa de foice entre as empresas, resultando em ganho substancial para o consumidor que paga um combustível barato. A Rússia apostou numa estatal petrolífera. Entrou no fim do século com a nação passando fome e uma empresa quebrada. As estatais árabes e venezuelana estão muito bem. Já o povo…
A Petrobrás é um modelo de eficiência, apesar de já não ser totalmente estatal. Nós brasileiros comemoramos a auto-suficiência e os recordes de produção. No entanto, ninguém explica ao povo porque a gasolina está chegando a R$ 3,00, aumenta de acordo com a cotação do barril árabe, e importamos cada vez mais petróleo.
Minha noção de patriotismo é bem diferente. Há dez anos olhava para a Vale do Rio Doce e via um monstrengo burocrático, um cabide de emprego gigante, pouca capacidade de investimento e políticos mamando em suas tetas como Rômulo e Remo na fundação de Roma. Hoje, privatizada, a empresa é um modelo de gestão moderna, com ganho para seus empregados e para a indústria nacional. Hoje eu tenho orgulho da Vale. Como tenho da Embraer. Como tenho da CSN.
Em 1997, quando cheguei no Rio para fazer o curso do IME, aluguei um telefone. Pagava R$ 80,00 por mês. Meu pai tinha uma linha. Constava de sua declaração de imposto de renda. Valor? R$ 2.000,00. O serviço? Que serviço? Hoje vejo pedreiros com celulares, vejo o cobrador de ônibus com o seu, e minha linha é digital. E ainda criticam a privatização da Telebrás. Esta ninguém me contou. Eu vi!
Não vejo patriotismo em ver o Banco do Brasil comprando ingressos para show do Zezé de Camargo e Luciano para levantar fundo para o Partido dos Trabalhadores. Não vejo também em ver seu diretor na lista do Marcos Valério. Nem de emprestar dinheiro a fundo perdido para este mesmo Partido. Nem de ver o correios pagando mensalão. Nem de ver a Caixa Econômica quebrando sigilo bancário de um caseiro para tentar salvar a cabeça do ministro da fazendo. Muito menos Petrobrás e BB financiando filmes de quinta categoria de cineastas medíocres.
Mas fiquem tranqüilos, Alckmin não vai privatizar estas empresas.
Infelizmente!