Identificando Reportagem Cretina

Não vejo nenhum problema em que o jornalista expresse sua opinião. Ao contrário do PT não sou contra a democracia, acho que o contraditório e o debate de idéias nos fazem crescer. Não acho que um jornalista deva ser censurado por expressar sua interpretação ou defender seu ponto de vista. O máximo que vou fazer é discordar, e dizer o por quê.

Agora acho uma extrema covardia o jornalista esconder sua opinião em uma falsa independência, uma falsa neutralidade. Como faz o tempo todo gente como Tereza Cruvinel e Ricardo Noblat. Vejam um exemplo que pesquei da Folha online hoje:

“O líder tucano afirmou que é demagogia do PT afirmar que um eventual governo de Geraldo Alckmin venderia o controle da empresa. FHC afirmou que “ninguém vai privatizar” a gigante estatal do petróleo, mas em seguida deixou escapar a frase ‘não sou contra a privatização da Petrobras'”.

Vejam como procede o falso isento. No meio da notícia ele solta sua interpretação. Ele não diz que é contra a privatização da Petrobrás. Diz mais. Diz que alguém só pode defender esta tese às escondidas, e com vergonha. Só pode deixar escapar uma opinião destas. E FHC nem chegou a dizer que era a favor. E dessa maneira, nossos sentidos vão captando a sua opinião como verdade.

Roda Viva com Lula

Sobre o Roda Viva com lula selecionei os seguintes trechos:


“Chamei o presidente do partido lá em casa e falei: eu quero saber quem fez essa burrice para não usar a palavra que estou pensando agora. Você, como presidente do partido, tem obrigação de dar uma resposta à sociedade. Ele não deu [a resposta], eu o afastei da coordenação da campanha”.

Engraçado, como presidente da república Lula também não soube dar a sociedade uma resposta para o mensalão. Mas neste caso, não houve afastamento. Por que?


“Eu não posso tomar as dores do meu filho. Se estiver errado, que pague. Mas não posso impedi-lo de trabalhar. A disputa política neste país é velhaca…”

Pois Lulinha recebe 15 milhões da telemar, empresa com quase 50% de capital público, e diz que não pode empedí-lo de trabalhar? Vejam bem, são 15 milhões! E o povo satisfeito com o bolsa-esmola…
Sorte de Lula que a sempre diligente Tereza Cruvinel interrompeu com o presidente visivelmente embaralhado para perguntar sobre “po-li-ti-ca”. Se pudesse ele dava-lhe um beijo!


“Nós não estamos inventando nada, estamos insinuando”.

Esta foi sobre o terrorismo eleitoral que seu partido plantou no noticiário. Engraçado que usou o mesmo argumento que a brilhante Tereza Cruvinel utilizou na coluna de ontém do globo. A mesma que sempre se reveriu ao “suposto” mensalão e que não cansa de repetir que “nada foi provado” sobre a participação de José Dirceu.


Algumas rápidas conclusões:

  • O presidente não tem idéia da maiorida das coisas que fala
  • No debate se exaltou com os cartões coorporativos, agora com o caso Gamecorp. Por que a oposição não explora estes assuntos?
  • Quem ainda tinha dúvidas sobre o papel de Tereza Cruvinel nesta campanha não deve ter mais.
  • Aproveitem, se Lula vencer, e tem a eleição na mão novamente, será impossível vê-lo novamente responder sobre estas questões ou qualquer outra. O seu negócio é palanque, e só ele com o microfone.

Pessimismo

Uma onda de pessimismo tomou conta da candidatura de Geraldo Alckmin, fruto da sucessão de erros nas duas primeiras semanas de campanha do segundo turno. Acredito que a próxima pesquisa vai aumentar ainda mais a diferença. Vejo alguns sinais que me preocupam. A propaganda na televisão tem sido fraquíssima, voltando ao nível pré-dossiê. Lula está na ofensiva, e Alckmin acuado. Paradoxicalmente vende a idéia de vítima. Já começam a surgir os arautos do “perder com dignidade”.

Do jeito que está, só um milagre, e bota milagre nisso, salva o candidato do PSDB. Será realmente um prêmio à falta de coragem da cúpula da campanha, que terá ganho dos céus a eleição, mas seria uma salvação para o país.

Na hipótese da vitória de Lula não tenho dúvidas que será um desastre para o Brasil, mas algumas coisas ficarão marcadas.

Uma penca de gente e instituições estã atrelando seu nome ao de Lula, à despeito de todas as provas de corrupção. Políticos, jornalistas, sindicatos, movimentos sociais, revistas estão assumindo e dando um cheque em branco para esta baderna. Bem como milhões de eleitores.

Não tenho como cobrar depois de um semi-analfabeto, que não sabe o que está fazendo, o voto dado. Mas lembrarei de você, que tem estudo, que tem acesso a informação, que tem capacidade de analiar e concluir, o voto que está dando, e o papel que está desempenhado nesta campanha.

Se hoje, a imagem deste partido está ruim, se chegar a 2010 estará muito pior. Lula e seus cúmplices entrarão para a história com a sua real face. Uma quadrilha que montou o maior esquema de corrupção deste país, e que se utilizou da boa fé de milhões de infelizes. Mas estará desmascarado.

Com estará muita gente.

É ver para crer.

Sobre "Privatarias"

Um tema ganhou destaque nos últimos dias no Brasil: as privatizações. O presidente e seus comparsas iniciaram uma guerra de mentiras, vendendo a idéia que Alckmin planeja vender entre outras: Petrobrás, Banco do Brasil e Correios.

O partido no poder sabe que é mentira. Nem que quisesse o PSDB teria sucesso nesta empreitada. Não existe condições nem vontade política para isso. A maioria da população brasileira trata a questão com uma falsa noção de nacionalismo, e os políticos necessitam destas estatais como fonte de poder. Ninguém quer abrir mão deste instrumento que serve, no mínimo, como instrumento de barganha.

As empresas estatais tiveram sua explosão mundial no início do século XX. Foram importantes instrumentos para promover o desenvolvimento, alcançando regiões que a iniciativa privada não tinha condições de atingir. O próprio Estados Unidos a utilizaram para superar a grande depressão.

A partir da segunda metade do século, as nações mais desenvolvidas perceberam que a capacidade de gestão empresarial do estado é muito menor que a iniciativa privada. Enquanto a gestão pública é burocrática por natureza, o mundo empresarial é ágil, pois sua própria sobrevivência depende de sua eficiência.

Os Estados Unidos e a Europa foram vendendo suas estatais, relegando o estado ao papel de regulador e fiscalizador do livre mercado. As empresas de petróleo americanas são um exemplo clássico. O mercado tornou-se uma disputa de foice entre as empresas, resultando em ganho substancial para o consumidor que paga um combustível barato. A Rússia apostou numa estatal petrolífera. Entrou no fim do século com a nação passando fome e uma empresa quebrada. As estatais árabes e venezuelana estão muito bem. Já o povo…

A Petrobrás é um modelo de eficiência, apesar de já não ser totalmente estatal. Nós brasileiros comemoramos a auto-suficiência e os recordes de produção. No entanto, ninguém explica ao povo porque a gasolina está chegando a R$ 3,00, aumenta de acordo com a cotação do barril árabe, e importamos cada vez mais petróleo.

Minha noção de patriotismo é bem diferente. Há dez anos olhava para a Vale do Rio Doce e via um monstrengo burocrático, um cabide de emprego gigante, pouca capacidade de investimento e políticos mamando em suas tetas como Rômulo e Remo na fundação de Roma. Hoje, privatizada, a empresa é um modelo de gestão moderna, com ganho para seus empregados e para a indústria nacional. Hoje eu tenho orgulho da Vale. Como tenho da Embraer. Como tenho da CSN.

Em 1997, quando cheguei no Rio para fazer o curso do IME, aluguei um telefone. Pagava R$ 80,00 por mês. Meu pai tinha uma linha. Constava de sua declaração de imposto de renda. Valor? R$ 2.000,00. O serviço? Que serviço? Hoje vejo pedreiros com celulares, vejo o cobrador de ônibus com o seu, e minha linha é digital. E ainda criticam a privatização da Telebrás. Esta ninguém me contou. Eu vi!

Não vejo patriotismo em ver o Banco do Brasil comprando ingressos para show do Zezé de Camargo e Luciano para levantar fundo para o Partido dos Trabalhadores. Não vejo também em ver seu diretor na lista do Marcos Valério. Nem de emprestar dinheiro a fundo perdido para este mesmo Partido. Nem de ver o correios pagando mensalão. Nem de ver a Caixa Econômica quebrando sigilo bancário de um caseiro para tentar salvar a cabeça do ministro da fazendo. Muito menos Petrobrás e BB financiando filmes de quinta categoria de cineastas medíocres.

Mas fiquem tranqüilos, Alckmin não vai privatizar estas empresas.

Infelizmente!

Frase do dia

“Lula continua a perguntar para onde foi o dinheiro das privatizações. É incrível que, após quatro anos no governo, ele não tenha descoberto. Parece que saber de onde vem e para onde vai o dinheiro não é o forte dele.”

Eduardo Graeff, Secretário Geral da Presidência no Governo FHC

Editorial Estado de São Paulo

Comparação entre Lula e FHC

Quem quiser avaliar os feitos econômicos do atual governo e compará-los com o de seu antecessor – um exercício que parece deliciar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – deve olhar, antes de mais nada, para as condições mundiais e regionais.

Se a economia brasileira crescer 3,5% neste ano, terá acumulado em quatro anos uma expansão de 11,6%. Terá crescido em média, portanto, modestíssimos 2,8% ao ano. No mesmo período, a produção mundial terá aumentado robustos 4,8% ao ano, enquanto a América Latina terá avançado ao ritmo anual médio de 4,2% – um desempenho raramente observado na região. Foi desperdiçada uma fase de oportunidades excepcionais.

Nos oito anos anteriores, a economia brasileira cresceu em média 2,3% ao ano – mas a expansão mundial, afetada por violentas crises financeiras, não passou da média anual de 3,6%. O crescimento latino-americano ficou em 1,5% ao ano. Antes de ser atingida pela crise cambial de janeiro de 1999, a economia brasileira atravessou as crises do México, em 1995, do Leste da Ásia, em 1997, e da Rússia, em 1998.

Mas o pequeno crescimento do período foi compensado pelas mais ambiciosas reformas realizadas em décadas, sem as quais teria sido impossível domar a inflação e reorganizar a economia nacional – premissas que, respeitadas por Lula, resultaram nos poucos êxitos de seu governo.

Já a gestão petista ocorreu numa fase de bonança internacional e com dinheiro de sobra nos mercados, condições que o governo Lula deixou passar quase sem proveito para o Brasil, apesar de ter recebido como “herança bendita” uma base institucional amplamente modernizada.”

Qualquer pessoa capaz de uma comparação honesta poderia contentar-se com esses dados. Mas há muitos mais. O presidente Lula costuma dizer que encontrou o Brasil quebrado e imerso na inflação e que precisou reerguê-lo. Mas a crise de 2002, como sabe qualquer pessoa razoavelmente informada, foi conseqüência das tolices de um partido que defendia o calote da dívida pública e outras irresponsabilidades. O Executivo e o Banco Central só puderam vencer a crise, a partir de 2003, porque herdaram instrumentos monetários e cambiais forjados na gestão anterior. A maior parte dos preços havia sido desindexada – contra a resistência do PT. A política monetária havia sido restaurada, graças ao saneamento e venda dos bancos estaduais, as metas de inflação estavam implantadas, o câmbio era flexível e já funcionava o sistema de metas fiscais – tudo isso também a despeito da oposição do PT.

Comentário Censurado de Jabour

“Lula respondeu com a metáfora batida: “Muitas vezes o sujeito está na sala e não sabe o que está acontecendo na cozinha”. Ou seja: é normal que o chefe da Casa Civil e agora o presidente do partido, Berzoini, Hamilton Lacerda, o chefe da campanha do Mercadante, o diretor do Banco do Brasil, seu assessor, seu churrasqueiro, petistas ativos no diretório, todos soubessem e trouxessem o dinheiro em malas, sem avisar o chefe. E quer que a gente engula.”

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